O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou, nesta semana, uma denúncia contra Suzana Dazar dos Santos, de 38 anos, sob a acusação de homicídio qualificado. A mulher é suspeita de ter facilitado o afogamento de sua enteada, uma menina de apenas 3 anos, em uma máquina de lavar roupas, fato que resultou na morte da criança em 7 de maio de 2022, na cidade de Cascavel.
Conforme as investigações do MP, Suzana teria colocado a menina em um banco plástico diante da lavadora cheia d’água e deixado brinquedos para atrair sua atenção. Durante esse período, a madrasta supostamente se afastou, permitindo que a criança mergulhasse e se afogasse sem supervisão.
A perícia realizada no caso confirmou que a causa da morte foi asfixia mecânica interna. Na denúncia formalizada, o Ministério Público enfatizou que Suzana “tinha plena consciência do risco ocasionado por suas condutas e assumiu o risco de ocasionar a queda da vítima no interior da máquina de lavar roupas e seu afogamento”.
Além disso, os promotores alegam que Suzana planejou o crime motivada por ciúmes em relação ao marido, pai da criança. A mulher acreditava que a presença da enteada em sua vida interferia negativamente em seu relacionamento conjugal, uma vez que mantinha contato com a ex-esposa do homem, mãe da vítima. Vale ressaltar que Suzana já havia enfrentado denúncias anteriores por agressão à sua própria filha, o que agrava ainda mais a situação.
A defesa de Suzana contestou as acusações, considerando-as desproporcionais e tratando o incidente como um acidente trágico. Em nota os advogados afirmaram: “Não visualizamos, de maneira técnica, elementos fortes no processo que indiquem dolo. Estamos convencidos de que não há culpa ou dolo. Ainda que a absolvição não possa ser demonstrada, ao menos esperamos que o pedido de análise por eventual culpa seja apreciado”.
Atualmente, o Ministério Público solicita que o caso seja julgado em júri popular. As circunstâncias do crime foram classificadas como qualificadas devido à motivação torpe, ao meio cruel empregado e à condição da vítima, sendo esta menor de 14 anos e envolvida em contexto de violência doméstica e familiar. A Justiça aceitou a denúncia e o processo está tramitando na 1ª Vara Criminal de Cascavel.
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