Depois da quinta vez com a mesma percepção, me pus a olhar para ela com atenção. A pele era tão alva que alcançava a translucidez. Será que estava mesmo viva? Havia uma instabilidade em seus gestos que parecia oscilar entre se mover ou se imobilizar. Tornar-se imóvel, como uma prateleira pesada num canto ou uma pedra no fundo do quintal. O olhar era fugidio, queriam os olhos fugir dali, da sala, do local cheio de gente, do corpo cheio de obrigação e da mente desconsertada em estar ali. Lembrava as cigarras que se rompem e deixam suas carcaças mortas a habitar, inertes, o velho tronco. Passei por ela na fila, mas não sei se passei, nada nela se modificou depois que por ali minha dúvida se esparramou. Por entre meus dedos, a indagação: estaria ela viva ou só uma porção ínfima de vida lhe habitaria? Não mexia a cabeça, não mirava nos olhos de ninguém, no final da fila ajudando a servir, talvez eu não saiba e não sirva para interagir. Quem está meio-viva, ela ou eu? Ainda ninguém respondeu.
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