Uma operação conjunta das forças de segurança desarticulou, nesta quarta-feira (11), uma milícia que agia em oposição ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e buscava controlar o tráfico de drogas em Ponta Grossa e região. A ação, resultado de meses de investigação, envolveu a Polícia Militar, Polícia Civil, GAECO e o Ministério Público do Paraná, culminando na prisão de 31 pessoas e na apreensão de armas, drogas e dinheiro.
As autoridades detalharam que o grupo criminoso operava como uma facção rival ao PCC, empregando extrema violência para dominar territórios de venda de drogas. Além disso, a organização foi vinculada a pelo menos 21 homicídios na cidade, a maioria em disputas por pontos de tráfico.
Lavagem de dinheiro como sustentação do grupo
Uma das frentes mais importantes da operação foi desarticular os esquemas de lavagem de dinheiro usados pelo grupo para financiar suas atividades criminosas. Segundo o promotor Antônio Juliano Souza Albanez, a investigação revelou que os lucros do tráfico eram reciclados por meio de empresas de fachada e transferências financeiras ilegais. Bloqueios de contas bancárias e apreensões de valores, como os mais de R$ 37 mil localizados na operação, foram estratégicos para enfraquecer financeiramente a organização.
“O objetivo não é apenas prender, mas também secar as fontes de recursos que sustentam essas facções”, afirmou Albanez.
Execuções filmadas pelo líder da milícia
O líder da milícia, que comandava as ações de dentro da penitenciária de São José dos Pinhais, exigia que seus subordinados gravassem vídeos das execuções, muitas vezes acompanhados de sessões de tortura, para enviar-lhe como comprovação do crime.
“Ele assistia às imagens para se certificar de que as ordens haviam sido cumpridas”, explicou o delegado Luís Gustavo Timossi, chefe do setor de homicídios da 13ª Subdivisão Policial (SDP). O líder foi transferido para uma unidade de segurança máxima, onde ficará isolado para evitar sua comunicação com outros membros do grupo.
Adolescentes utilizados como executores
Outro ponto alarmante revelado na investigação foi a utilização de adolescentes como principais executores dos crimes cometidos pelo grupo. Seis jovens foram identificados e apreendidos durante a operação, confirmando o papel deles na realização dos homicídios.
“Esses adolescentes eram recrutados pela milícia para garantir a execução dos crimes, muitas vezes sob coação e ameaça, o que reforça o caráter violento e estratégico da organização”, destacou Timossi. Segundo ele, a prática visava dificultar a identificação de outros membros da quadrilha e explorar a vulnerabilidade desses jovens.
Ex-agente penitenciário é preso por facilitar atividades da facção
A operação também resultou na prisão de um ex-agente penitenciário, identificado como responsável por facilitar o acesso de celulares e outros recursos ilícitos aos líderes da organização criminosa. Ele atuava na casa de custódia de São José dos Pinhais, onde o líder da milícia estava preso. O delegado Fernando Jasinski destacou que o agente recebia valores em troca de seus serviços, configurando corrupção ativa.
“Essa é uma faceta importante das organizações criminosas: infiltrar-se em órgãos estatais para obter vantagens que permitem a continuidade dos crimes”, apontou Jasinski.
Impacto na segurança pública local
Com o desmantelamento do grupo e a prisão de seus principais líderes, as forças de segurança esperam uma redução significativa nos índices de homicídios e crimes relacionados ao tráfico em Ponta Grossa. “Essa operação representa um marco na luta contra o crime organizado na região”, concluiu o Coronel Renato dos Santos Taborda, do 4º Comando Regional da Polícia Militar.
O Portal Boca no Trombone seguirá acompanhando os desdobramentos dessa operação que mobilizou a cidade.
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