Após audiência Pública realizada na última terça-feira 4, para tratar da possibilidade de um novo aterro sanitário na região do Bocaina na cidade de Ponta Grossa, moradores se mobilizam para barrar a criação de novo aterro sanitário na cidade.
De acordo com moradores, o projeto do aterro desenvolvido pela empresa Ambiental Campos Gerais Gerenciamento de Resíduos Ltda. não foi apresentado aos moradores anteriormente e a audiência pública realizada no interior de um estabelecimento comercial, não teria sido divulgada na região com a população interessada.
Carol Simionato, moradora da região, afirma que apenas no dia anterior uma placa foi instalada na região comunicando sobre a audiência que ocorreria no início da manhã do dia seguinte.
“Essa audiência pública não foi divulgada para os moradores e não foi feita na Câmara de Vereadores. Na segunda-feira que foi instalada uma placa avisando da audiência. A partir daí nos mobilizamos para produzir um documento para apresentar na audiência”, disse.
Ainda segundo Carol, nesta sexta-feira (7), será encaminhado ao Poder Legislativo de Ponta Grossa um pedido para que seja realizada nova audiência, possibilitando a participação dos moradores.
Presente na audiência, o vereador Celso Cieslak levantou críticas e informou que não foi oficiado sobre a audiência pública e teria sido avisado por moradores pouco tempo antes do evento.
“Essa audiência pública nem deveria ser aqui, mas na Câmara de vereadores, que é a casa do povo. Estarei comunicando o Ministério Público para cancelar essa audiência, se for preciso falarei com o governador Ratinho Júnior. Não se faz audiência pública deste jeito”, frisou.
Um edital convocando para a audiência pública foi publicado em Diário Oficial do Estado no mês de setembro.
Outra moradora da região Ana Cláudia afirmou não aceita conviver com mau cheiro e poluição ambiental causado pelo aterro.
“Todo mundo sabe que é um lixão que será construído aqui, só muda o nome, mas vai ter mau cheiro, ratos e insetos. Pra onde vai o chorume e os gases produzidos por todo este lixo? Seremos mais uma vez vítima da ambição de poucos?”, questionou a moradora.
Um documento produzido por advogados representantes da comunidade e assinado por mais de 300 moradores, aponta diversas falhas ao tocante o projeto do aterro será encaminhado ao Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil, Instituto Água e Terra, Câmara de Vereadores e para as Prefeituras de Ponta Grossa e Carambeí.
O documento aponta que o aterro será construído na atual Pedreira Boscardin, que será desativada em 2023, localizada na Avenida dos Pioneiros, Estrada Estadual que liga os municípios de Ponta Grossa e Carambeí, sendo parte da rota Caminho dos Tropeiros, e que compõe patrimônio histórico e cultural da cidade de Ponta Grossa e dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O requerimento afirma que a audiência pública foi conduzida de forma enganosa e apresenta 14 questionamentos, para tornar transparente a proposta a comunidade.
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