O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes marcou para a próxima segunda-feira, dia 9 de junho, o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil.
Os oito réus fazem parte do grupo chamado de “primeiro núcleo”, formado, segundo as investigações, pelas principais lideranças envolvidas na tentativa de invalidar o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além de Bolsonaro, também serão ouvidos:
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Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Defesa;
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Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
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Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
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Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
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Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
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Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa.
Interrogatórios no STF
Os interrogatórios acontecerão na sala da Primeira Turma do STF, em Brasília, ao longo da tarde e da noite de segunda-feira (9). A única exceção será o depoimento de Walter Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro e será ouvido de forma virtual.
A sessão começará com o depoimento de Mauro Cid, por ter firmado acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal e a própria Suprema Corte. Em seguida, os demais réus serão interrogados em ordem alfabética.
Denúncia da PGR
De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo teria atuado na formulação de medidas e estratégias para reverter o resultado das eleições, incluindo a produção de uma minuta de decreto de estado de sítio e a mobilização de setores das Forças Armadas para apoiar um golpe de Estado.
As investigações apontam que os acusados formaram uma organização criminosa com divisão de tarefas para espalhar desinformação, desacreditar o sistema eleitoral brasileiro e criar as condições para impedir a posse de Lula.
Parte das informações que embasam o processo veio do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que entregou à Polícia Federal mensagens, documentos e áudios que detalham supostas articulações golpistas.
Desdobramentos
Os depoimentos desta segunda-feira são considerados cruciais para o avanço do processo. Dependendo do que for apresentado, o ministro Alexandre de Moraes poderá determinar novas diligências, como análise de materiais, quebra de sigilos e até avaliar o encaminhamento do caso para julgamento do mérito no plenário do Supremo.
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