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‘Movimento Sem-Terrinha’ participa de audiência pública na ALEP

A Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) realizou, no Plenário Deputado Waldemar Daros, uma audiência pública sobre o assentamento de terras. A proposição é do deputado Professor Lemos (PT) e integra a programação do 14º Encontro Estadual das Crianças Sem Terrinha.

A programação contou com oficinas de arte-educação, apresentações artísticas e visita ao Zoológico e reuniu cerca de 450 crianças de assentamentos e acampamentos do MST de todo o Paraná. Esta edição de 2024 também celebra os 40 anos do MST. O objetivo é proporcionar um espaço para que as crianças Sem Terrinha compartilhem experiências, aprendam sobre seus direitos e fortaleçam o sentimento de pertencimento na luta por reforma agrária popular.

As crianças reuniram-se para organizar a pauta de reivindicações e apresentaram no Plenário da Assembleia suas necessidades e sugestões, sendo entregues aos deputados presentes com a intenção de que suas necessidades sirvam de base para políticas públicas mais assertivas para esta parcela do paranaense.

O proponente e presidente da sessão solene, deputado Professor Lemos (PT), destacou a importância de realizar uma audiência pública dentro do calendário de eventos do Encontro Estadual. “Este encontro reflete as necessidades das crianças de assentamentos e de acampamentos, lutando pela reforma agrária. E reforma agrária não é só distribuir terras, é também distribuir educação de qualidade, saúde de qualidade, é o acesso ao esporte, à cultura, é o acesso àquilo que faz com que as pessoas tenham qualidade de vida. As crianças sem terrinha vieram aqui na Assembleia para trazer as suas demandas, as suas reivindicações. Ainda temos áreas no Paraná, são mais de 80 áreas que ainda não foram transformadas em assentamentos. Em nosso estado temos mais de 330 assentamentos, e eles podem ser consolidados, podem e devem ser consolidados, com toda a infraestrutura necessária para que as famílias que lá vivem, possam viver com dignidade”.

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Juventude na Assembleia Legislativa, deputada Ana Júlia (PT), ressaltou a sua “felicidade em ver a concretização de uma pauta super importante, que é o direito à nossa infância, a nossa juventude e de ter a participação na vida comunitária e na vida política. Porque as crianças são os sujeitos de direitos e nada mais justo do que receber suas reivindicações e as demandas para fazermos políticas públicas mais afinadas com os anseios de quem vive e conhece esta realidade”.

Formação para cidadania

O Encontro dos Sem Terrinha é mais do que uma oportunidade de convívio entre crianças de diferentes assentamentos e acampamentos, ele desempenha um papel fundamental na construção da identidade dos pequenos dentro do movimento. Para muitas dessas crianças, a participação no evento marca o início de sua conscientização política e de seu compromisso com as causas que envolvem a luta por reforma agrária e justiça social.

A conselheira estadual de Alimentação Escolar do Departamento de Alimentação e Nutrição do Fundepar, professora Joelma Kalinowski de Oliveira Ribas disse que “é muito importante a presença dessas crianças aqui na Assembleia. Os parlamentares receberem suas reivindicações, os seus questionamentos, as suas posições. Eu acredito que um diálogo é a melhor forma de podermos atender as políticas públicas, por isso a relevância destas crianças virem aqui hoje durante a programação do Encontro Estadual”.

Já o superintendente geral de Diálogo e Interação Social do Estado do Paraná (SUDIS), Roland Rodolfo Rutyna disse que “esse não é o primeiro evento que o Governo do Paraná recebe do Movimento Sem Terrinha. Antes da pandemia, os sem terrinhas também estiveram numa manifestação idêntica trazendo suas demandas. Então acho que é muito oportuno essa audiência pública para que possamos compreender o poder das políticas públicas para as crianças do Paraná. Vamos ouvi-los e que tenha outros encontros ao longo dos anos. O Estado do Paraná tem demonstrado grande trabalho na área educacional das nossas crianças do campo das escolas e das denominadas escolas itinerantes do Paraná”.

Com informações da ALEP

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Carlos Solek

Castrense, formado em jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2020-2023). Atua no portal BNT desde setembro de 2022.

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