De acordo com os dados atualizados sobre a produção de tabaco no estado do Paraná, divulgados pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o município de São João do Triunfo, região do Campos Gerais, se consolida como o maior produtor de fumo do Paraná. Com produção de mais de 17 toneladas na safra de 2023/2024.
Com 15.241 habitantes, São João do Triunfo lidera o rancking cm com 2.222 famílias envolvidas na atividade. O segundo lugar fica para o Centro Sul, com o município de Rio Azul, são 1.956 famílias e uma produção de 12.823,8 toneladas.
O terceiro lugar retorna para os Campos Gerais, na cidade de Ipiranga, que fica a 57 km de Ponta Grossa, 1.792 famílias são produtoras de tabaco, gerando 10.558,2 toneladas do produto. Em Ipiranga predomina-se a produção agrícola de base familiar, mantendo a colocação de destaque entre as maiores produções do Sul do Brasis.
O ranking dos 20 maiores produtores inclui ainda cidades da região, como Palmeira, Ivaí, Teixeira Soares, Fernandes Pinheiro, Imbituva, Irati e mais. Confira a tabela abaixo.
PRODUÇÃO: GASTOS E LUCROS COM O TABACO
Segundo as fumicultoras entrevistas pela reportagem, o trabalho é árduo e demanda grande esforço físico. O cultivo do fumo se inicia com a produção das mudas e termina com a secagem das folhas, se estendendo, praticamente, por todo o ano. De forma a sintetizar o processo descrito em tempo de produção, pode-se dizer que o tabaco é semeado em julho, transplantado em setembro, a colheita é realizada de dezembro a fevereiro e a fase de classificação ocorre de maio a junho, finalizando com as vendas.
Alguns dados se fazem necessários para a compreensão da produção do tabaco, como um hectare (10 mil metros quadrados) comportam o total de 16 mil pés de fumo. Algumas famílias arrendam terras para o plantio, o aluguel de um alqueire (que corresponde a 24.200 metros quadrados ou 2,42 hectares) tem custo de R$ 10 a R$ 20 mil anual, dependendo da localização e produtividade. Para realizar a secagem do tabaco nas estufas é necessário manter o fogo acesso com lenha, são gastos cinco metros de lenha por estufada, o valor do metro, em 2022, estava R$ 150,00. No momento da colheita, é necessário a contratação de pessoas para o trabalho, equipes de 7 a 12 pessoas realizam a colheita de uma estufada pelo valor aproximado de R$ 1.200.
Buscando estimar o custo e o lucro da produção, a fumicultora Ivonete Penteado descreveu a média dos valores investidos na propriedade durante a safra 2021/2022. Vale destacar que os valores gastos são referentes a produção de 80 mil pés de tabaco, que correspondem a 16 estufada gerando 15 mil quilos de produto final.
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Para produzir 80 mil pés, o investimento médio é de R$ 100 mil. Os 15 mil quilos produzidos foram vendidos a uma média de R$ 15,50 o kg, totalizando uma arrecadação bruta de R$ 231 mil. O lucro líquido da produção foi estimado em R$ 130 mil no ciclo anual da produção (2022).
Os gastos descritos por Ivonete são divididos em: R$ 45 mil em insumos, R$ 20 mil em mão de obra (funcionários), R$ 12 mil em lenha, R$ 7 mil em energia elétrica para as estufas, R$ 12 mil em aluguel de terras, além de valores que não se tem a dimensão de gastos, como o óleo diesel para o trator, entre outros.
Isso tudo são apenas valores estimados repassados pela entrevistada para que seja possível ter uma dimensão do quanto é gasto e o quanto se torna rentável a produção do tabaco.
PREÇOS E RECEITA BRUTA
Apesar do aumento na área plantada, a produtividade caiu 22,7%, o que levou a um aumento no preço médio do tabaco. O preço médio por quilo foi de R$ 22,59 para o tabaco Virgínia (+25,3%), R$ 20,76 para o Burley (+17,8%) e R$ 16,89 para o tabaco Comum (+14,7%).
A receita bruta total dos produtores foi de R$ 11.783.348.282,81 (+7,3%), com os gaúchos contribuindo com R$ 5.263.868.368,74 (+13,6%), Santa Catarina com R$ 3.456.752.807,10 (-2,5%) e o Paraná com R$ 3.062.727.105,97 (+9,4%).
Drescher enfatiza a importância de ajustar a oferta de tabaco à demanda e manter altos padrões de qualidade. Para a safra 2024/2025, a estimativa de produção será concluída até o final de outubro, e já há sinais de que o aumento do plantio pode levar a desafios na comercialização se houver uma oferta excessiva.
Fonte: AFUBRA
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