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Por que falar sobre a saúde e a segurança no trabalho?, por Rafael Mansani e José Leal

As indenizações pagas pelas empresas decorrentes de acidentes e doenças ocupacionais, oriundas de uma gestão precária de saúde e segurança, são alarmantes. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho – OIT, anualmente, ocorrem 270 milhões de acidentes do trabalho ao redor do mundo, sendo que destes, 2,2 milhões são fatais, ou seja, a cada 15 segundos morre um trabalhador por acidente ou doença do trabalho.

O entendimento da OIT é que a única forma eficaz de fazer face a novos e antigos riscos passa pelo enquadramento dos dispositivos legais e das atividades numa forte cultura de segurança.

O Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho registrou, em 2022, no Brasil, 612,9 mil acidentes. Há cada 51 segundos, um trabalhador sofre acidente no Brasil. Ocorreram 2.538 acidentes fatais. Há cada 3h47min, temos uma morte por acidente de trabalho, aproximadamente 7 mortes por dia.

O Brasil é 4º do rank mundial, perdendo somente para China, Índia e Indonésia.

Embora esses números representem as médias dos acidentes, os custos para empresários podem ser proibitivos. Os custos de multas podem ser excessivamente altos, ilimitados em algumas circunstâncias e se uma empresa tiver um registro de desempenho precário de saúde e segurança, ela pode se tornar efetivamente inviável para uma seguradora.

O argumento financeiro utilizado para melhorar o desempenho de gestão de saúde e segurança, não se trata do único benefício ou razão de investimento na prevenção. Os custos da dor, sofrimento, tristeza e preocupação associadas com um acidente grave ou mesmo morte são virtualmente impossíveis de se calcular, mas também devem ser utilizados como argumento para o investimento preventivo.

Qualquer ser humano quando se envolve em um sinistro, seja com uma pessoa acidentada, família, amigos, colegas de trabalho, não tem como não ser afetada no seu cotidiano, tendo uma alteração no seu psicológico e a lembrança para sempre do ocorrido. Uma deficiência grave ou fatalidade não pode ser revertida nunca mais, é tarde para dizer “Eu desejaria que não tivesse ocorrido.” Tal resultado é uma consequência terrível devido a um desempenho precário em saúde e segurança.  Os gerentes e supervisores podem também passar por um terrível sentimento de culpa e isso pode destruir as relações de trabalho e a cultura de gestão de segurança existentes na empresa.

Historicamente, as melhorias na gestão de saúde e segurança foram realizadas por meio da introdução de legislação prescritiva rigorosa para lidar com cada nova questão à medida que surgia (Loganville, Georia, 1985). Contudo, está agora crescentemente (Frank Bird Junior) reconhecido que a saúde e segurança necessitam ser gerenciadas DE FORMA PRO-ATIVA. Não podem ser deixadas A mercê de regras prescritivas (Normas Regulamentadoras e as Normas Brasileiras Regulamentadoras) e do bom senso da alta administração das empresas e não pode ser gerenciada somente pela área de segurança, ou seja, deve ter um envolvimento de todos os colaboradores da empresa, com relação a ações preventivas.

A gestão dos riscos de saúde e segurança necessita de ferramentas abrangentes, ISO 45001 (Gestão de Saúde e Segurança), SIAS (Sistema Internacional de Avaliação de Segurança), BS 8000, NRs, 5S e TPM (Manutenção Total Preventiva) que incluam políticas, elementos organizacionais, controles de implementação, monitoração de desempenho e auditorias de sistema. Os riscos têm que ser avaliados, os procedimentos para controlar os riscos têm que ser desenvolvidos e as pessoas necessitam ser treinadas nesses procedimentos.

Para garantir uma cultura de conscientização e ambientes de trabalho seguros, é vital que seja cumprida a política de Saúde e Segurança existentes nas empresas, dar as linhas para nortear toda a estrutura de um sistema de gestão de segurança. Isso inclui o comprometimento de todos os colaboradores dentro das empresas, incluindo também os colaboradores terceirizados.

Leia também: Armadilhas dentro de casa, por Rafael Mansani e José Leal

Rafael Mansani e José Leal

Rafael Mansani - Engenheiro Civil e de Segurança do trabalho, pós graduado em Gestão Pública, Mestrando em Eng. De Produção. Diretor Executivo do IPLAN-PMPG. José Leal - Engenheiro civil; Engenheiro de Segurança do Trabalho; Pós-Graduado em: Eng. Sanitária e Ambiental; MBA de Gestão de Eng. de Segurança do Trabalho; Ergonomia; Administração Aplicada à Segurança do Trabalho.

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