Foto: Guilherme Matavelli
Um dos projetos mais ambiciosos do futuro de Ponta Grossa e abordado no Masterplan 2043, o Porto Seco de Ponta Grossa tem potencial para revolucionar a logística no Centro-Sul do Paraná, aproveitando a localização estratégica da cidade entre Curitiba, o Porto de Paranaguá e o Corredor Bioceânico. Entretanto, para sair do papel, ainda precisa superar gargalos como infraestrutura precária, burocracia e concorrência com outros polos.
A série especial do Portal BnT sobre o Masterplan Ponta Grossa reuniu dados contidos no documento que traça o futuro da nossa cidade para mostrar o potencial, os números e os obstáculos desse projeto.
O primeiro empecilho é tirar o projeto do papel. Desde os anos 1990 Ponta Grossa atravessa décadas discutindo e brigando pela instalação de um porto seco na região. Enquanto isso, outros centros econômicos do estado viabilizaram seus centros aduaneiros e hoje ostentam números expressivos.
Uma série de fatores serve de argumento para a viabilização do Porto Seco em Ponta Grossa. A primeira delas, óbvia, é a localização privilegiada: Ponta Grossa está entre Curitiba e o Norte do Estado, com acesso à BR-376 e PR-151, a pouco mais de 100 km do Porto de Paranaguá.
O impacto econômico do Porto Seco também é grande: estima-se que a plena operação do Porto Seco pode agregar R$ 180 milhões/ano à economia local; o projeto tem potencial para atrair de 15 a 20 novas empresas logísticas; a estimativa é de 1,2 mil empregos diretos gerados pelo projeto.
As exportações do agronegócio e da indústria madeireira na região também são fatores preponderantes para a implementação do porto na cidade.
Rafael Rickli, industriário em Ponta Grossa e titular da Câmara Técnica de Indústria do Masterplan, destaca o impacto a ser gerado na economia local se essa transformação vier a ocorrer na cidade. “A instalação de um porto seco em Ponta Grossa representa uma oportunidade estratégica para impulsionar o desenvolvimento econômico da cidade e da região dos Campos Gerais. Esse tipo de infraestrutura, oferece uma série de benefícios logísticos, fiscais e industriais que podem transformar o município em um polo de comércio exterior e atrair novos investimentos”, explica.
O empresario destaca que o impacto trazido por uma estrutura como se expande para os próprios empreendimentos instalados na região, se tornando mais competitivas e podendo expandir suas áreas de atuações, chegando onde hoje nao consegue atingir. “As indústrias situadas perto de portos secos ganham uma vantagem competitiva no mercado global devido à redução dos custos logísticos e melhores prazos de entrega. Essa vantagem estratégica permite que eles atendam melhor às demandas dos clientes e expandam seu alcance de mercado”, explica Rickli. “As empresas localizadas no interior podem despachar e receber cargas internacionais com eficiência por meio de portos secos, eliminando a necessidade de viajar diretamente para os portos marítimos. Essa capacidade aumenta sua capacidade de participar do comércio global”, complementa o empresário.
Para tornar o Porto Seco em Ponta Grossa uma realidade, um caminho ainda longo precisa ser percorrido. Articulação política junto aos governos Estadual e Federal para convencê-los a viabilizar o projeto seria o passo inicial.
Investimentos pesados para obras estruturais da zona aduaneira seria outro item a ser conquistado. “Os próximos passos para tornar o porto seco em realidade incluem ações como iniciar processo junto a Receita Federal; definir possíveis investidores; verificar as áreas potenciais junto ao IPLAN; e buscar apoio dos governos estadual e federal”, explica Rafael Rickli.
A melhoria da infraestrutura rodoferroviária na região é outro empecilho apontado pelo Masterplan. O documento também admite que a concorrência de outras cidades, com portos secos operando em plenitude, como Cascavel e Itajaí (SC) são empecilhos na viabilização do tão esperado Porto Seco de Ponta Grossa.
A prefeitura de Ponta Grossa afirma que o município, enfim, está mais próximo de contar com um porto seco. “Já iniciamos as tratativas para viabilizar a implantação do Porto Seco em nosso município. Entendemos que esse é um passo fundamental para fortalecer a nossa vocação logística e industrial, atraindo novos investimentos, ampliando nossa capacidade de exportação e gerando mais empregos”, afirma a secretária municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, Faynara Merege.
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Em entrevista recente ao BnT, a prefeita Elizabeth Schmidt assegurou que o porto seco será viabilizado em breve. “O porto de Paranaguá não dá conta da nossa produção. Ponta Grossa tem um polo logístico imenso e o porto seco vai sair, temos dois projetos e precisamos unir forças para ele sair do papel”, afirmou a mandatária.
Depois de décadas com idas e vindas, o porto seco segue sendo um desejo para colocar Ponta Grossa em pé de igualdade com outros centros. A expectativa, no entanto, é que esta realidade seja diferente, para o bem da economia da cidade nos próximos anos. “O Porto Seco representa um avanço estratégico para integrar Ponta Grossa ainda mais às cadeias produtivas nacionais e internacionais, facilitando o escoamento da produção local com mais agilidade, segurança e competitividade. Estamos trabalhando com responsabilidade e diálogo com os entes envolvidos para que esse projeto se torne realidade o quanto antes”, assegura a secretária Faynara Merege.
O Plano Estratégico do Masterplan 2043 prevê uma série de investimentos capazes de transformar Ponta Grossa e o Porto Seco em um centro logístico de referência:
📌 Viabilização de uma área de 120.000 m² (com cinco galpões)
📌 Conexão ferroviária com a Ferroeste (ramal de 8 km, em um investimento mínimo de R$ 120 milhões)
📌 Criação de uma Zona de Processamento de Exportações (ZPE) para atrair indústrias
📌 Implementação de um sistema próprio de energia solar para autossustentabilidade
Podcast traz especialistas para debater o tema
A série de reportagens sobre o Masterplan 2043 e o futuro de Ponta Grossa, além de textos informativos, traz uma análise aprofundada sobre os temas que Ponta Grossa pensa para seu futuro. Todas as quartas-feiras, o portal BnT leva ao ar um podcast especial que repercute e analisa as informações e dados trazidos pela série.
O podcast da série “Ponta Grossa Masterplan 2043” irá trazer especialistas que irão debater os temas levantados pela reportagem e discutir o futuro de Ponta Grossa a partir de suas análises e informações levantadas junto ao Masterplan.
Nesta quarta-feira, às 19h30, os convidados para debater o tema Porto Seco serão o vice-presidente da ACIPG, Leonardo Puppi Berbardi e o empresário e coordenador da Fiep nos Campos Gerais, Rafael Rickli. Não perca
Projeto Especial
“Ponta Grossa Masterplan 2043” é um projeto multiplataforma do portal BnT, com produtos em diferentes formatos, em um projeto que proporcionará ao leitor pensar o futuro de Ponta Grossa de diferentes maneiras.
A série especial do BnT inclui textos, infográficos, newsletter exclusiva sobre o tema, um podcast semanal, além de toda cobertura e repercussão nas plataformas e redes sociais do BnT.
A cada semana, a série “Ponta Grossa Masterplan 2043” irá trazer um tema abordado pelo Masterplan, com textos informativos, dados levantados junto ao documento do CDEPG, análises de especialistas e entrevistas com convidados.
O projeto inovador do Portal BnT conta com os seguintes apoiadores:
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