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Nos próximos dias, 135 cardeais com direito a voto se reunirão na Capela Sistina para eleger o sucessor do papa Francisco, que estava à frente da Igreja Católica. Este conclave, que ocorre em um contexto de mudança significativa dentro da instituição, suscita discussões sobre os possíveis candidatos, conhecidos na tradição como “papabili”.
Embora haja muitos nomes sendo especulados, é importante lembrar que a tradição do conclave é cercada por um ditado popular: “Quem entra no conclave como papa, sai como cardeal”, indicando que as expectativas nem sempre se concretizam.
Especialistas comentam quais são as expectativas em relação ao futuro papa. O vaticanista Filipe Domingues, doutor pela Pontifícia Universidade Gregoriana, observou que a liderança da Igreja tende a oscilar entre figuras carismáticas e outras mais reservadas. Ele citou exemplos históricos como os papas João Paulo II e Bento XVI, ressaltando que cada um trouxe um estilo distinto ao papado.
Domingues enfatizou que, ao contrário do conclave de 2013 — quando houve um clamor por reformas na Igreja — atualmente não há uma demanda tão urgente por mudanças. “Agora, a expectativa é por um papa que dê continuidade ao trabalho iniciado por Francisco”, afirmou. Ele também destacou que isso pode significar um foco diferente em certos temas ou uma abordagem mais diplomática.
O sociólogo Francisco Borba reforçou essa perspectiva, lembrando que Francisco deixou a Igreja em meio a um processo de transformação e conflitos internos. A escolha do novo papa deverá refletir a capacidade de mediar essas tensões enquanto continua com as reformas iniciadas.
Roberto Regoli, chefe do Departamento de História da Igreja na Pontifícia Universidade Gregoriana, lembrou que antes de discutir nomes, é fundamental considerar as urgências atuais da Igreja, tanto em relação à sua vida interna quanto às suas relações globais.
A composição atual do Colégio de Cardeais inclui 135 eleitores, com a maioria deles oriundos da Europa (53), seguidos pela Ásia (23), América do Sul (17), África (18), América do Norte (16), América Central (4) e Oceania (4). Destes cardeais eleitores, 108 foram nomeados por Francisco.
Entre os nomes frequentemente mencionados nas listas de possíveis candidatos está o cardeal Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano. Com quase 40 anos de experiência diplomática, Parolin é visto como um forte candidato, embora alguns críticos o considerem excessivamente burocrático para o papado.
Outro nome forte é o cardeal Matteo Zuppi, conhecido por sua atuação em mediações de paz e por seu alinhamento com a linha pastoral de Francisco. Sua experiência na Comunidade de Santo Egídio pode ser um diferencial no conclave.
O cardeal Pierbattista Pizzaballa também se destaca entre os cotados. Como patriarca latino de Jerusalém, ele tem chamado atenção pela sua postura em relação aos conflitos no Oriente Médio e pelo seu apelo constante à paz.
Enquanto isso, o cardeal filipino Luis Antonio Tagle é considerado outro potencial candidato. Tagle é conhecido por seu compromisso com questões sociais e pode trazer uma perspectiva renovadora à liderança da Igreja.
Os analistas também discutem a possibilidade de uma surpresa no conclave com a escolha de um candidato conservador. O cardeal húngaro Peter Erdő aparece ocasionalmente nas listas; no entanto, suas chances são vistas como limitadas devido à composição atual dos cardeais eleitores.
No Brasil, embora Dom Odilo Scherer não esteja entre os principais cotados desta vez, Dom Sérgio da Rocha é mencionado como uma opção viável entre os cardeais brasileiros.
À medida que os cardeais se preparam para o conclave, espera-se que as conversas intensifiquem e as alianças se formem nos dias que antecedem a votação. As listas circulantes são extensas e repletas de incertezas, revelando a complexidade do processo de escolha do próximo líder da Igreja Católica.
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