O Portal BnT recebeu denúncias sobre um caso de agressão física e psicológica de uma professora do município de Ponta Grossa contra, pelo menos, 14 crianças. A situação ocorreu em uma escola em Uvaranas e só teria sido descoberta depois que uma das crianças conseguiu vencer o medo e revelou aos pais. Incialmente, a direção da escola teria encoberto o caso. Por isso, os pais procuram a Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Polícia Civil. As investigações estão em andamento.
Ainda, fomos informados que a professora ameaçava os alunos caso eles contassem o que acontecia em sala. “Mais de 14 crianças foram agredidas por ela [professora] durante um tempo e acabaram escondendo dos pais por medo, por que ela [professora] dizia que se contassem ia ser pior. Contavam para a diretora e pedagoga e não tinham apoio delas… inclusive duvidavam e até brigavam com as crianças. Elas ficavam doentes cada vez que tinham aula com a professora, agora que soubemos o motivo”, explicou a denunciante.
Uma segunda pessoa entrou em contato com a reportagem contando sobre o mesmo caso, “nossas crianças não foram ouvidas e passaram muito tempo sendo “torturadas” psicologicamente e sofrendo agressões e não nos contavam por medo”, desabafou. “Fizemos denúncia na SME, registramos boletim de ocorrência. A professora foi afastada, mas soubemos que ela voltou a dar aula em outra escola, obviamente. Mas nos preocupa pois não queremos que nenhuma criança passe pelo que nossas crianças passaram”, relatou a fonte.
PREFEITURA CONFIRMA
Buscamos a Secretaria de Educação, através da Prefeitura, para saber se a denúncia foi recebida e como está o andamento da investigação. A assessoria retornou informando que toda e qualquer reclamação ou denúncia recebida é tratada com a devida atenção.
“Na situação relatada foi aberto um processo de sindicância para que a questão seja devidamente esclarecida, visando encontrar a materialidade dos fatos alegados e, também, garantir o direito ao contraditório e ampla defesa da servidora. Esta averiguação está em andamento e, para que tudo ocorra dentro de um ambiente de tranquilidade, a profissional já está atuando em outra unidade escolar”, esclareceu a Administração.
A professora acusada, desde junho, atua em outra escola. Em relação ao não afastamento das funções, a Secretaria explica que “não existe relação direta entre realização de sindicância e afastamento da função. Ao longo do processo serão averiguadas com seriedade as alegações de todas as partes, buscando verificar a materialidade das mesmas e garantindo o direito de ampla defesa, conforme informado, dentro do que preconizam as leis do Direito Administrativo”.
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POLÍCIA NO CASO
As agressões foram denunciadas no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes de Ponta Grossa (NUCRIA), com o registro de boletim de ocorrência. Entramos em contato com a delegada Ana Paula Carvalho, responsável pelo NUCRIA, para obter mais detalhes sobre o caso, a mesma conta que ainda estão sendo ouvidas mais pessoas.
“Difícil pois são muitas pessoas envolvidas. Mas estamos apurando a conduta da professora”, destacou.
AS AGRESSÕES
Questionamos a denunciante quais são os tipos de agressões que as crianças relataram. Segundo ela, além da violência psicológica, a docente também agredia os alunos fisicamente e moralmente.
“Gritando no ouvido da criança (dentro mesmo); pegando forte pelas bochechas; pegando pelo pescoço ‘tipo’ enforcando; batendo a mãozinha da criança na mesa forte, por que catava as letras do teclado; puxava pelo ombro para cair no chão sentando a força; humilhava na quadra quando estavam ensaiando algo, jogando objeto no rosto e falando ‘você não consegue por isso aqui?’; apertava o queixo com as unhas que tem alongamento e machucava”.
Segue o relato: “falava ‘se você contar para alguém amanhã vai ser pior’. Eles ficavam com medo e não contavam em casa e na escola não contavam, pois quando alguém criava coragem eram humilhados pela diretora e pedagoga. Falando ‘que mentira feia hein, vão pra sala senão vai ter castigo’. Coisas absurdas e quanto tempo sofreram”.
IDENTIFICAÇÃO
O Portal BnT Online tem a identificação da professora em questão. Porém, não iremos identifica-la para não atrapalhar as investigações e não expor as crianças envolvidas. A reportagem, no entanto, está procurando contato com a docente para que ela possa apresentar a sua versão para os fatos denunciados.
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