Categorias: Ponta Grossa

Professores da UEPG desenvolvem novo concreto

A área da construção civil tem mais uma contribuição científica. Professores do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Elias Pereira e Eduardo Pereira, desenvolveram um concreto com cinzas de madeira. O material final pode ser utilizado para fabricação de concreto não estrutural, como calçadas e blocos, e rendeu uma parceria com as empresas Cargill e Hipermix.

Leia mais: UEPG abre inscrições para doutorado em Agronomia com foco em ciências do solo e fitotecnia

O objetivo do trabalho é dar uma destinação mais nobre aos resíduos industriais. As pesquisas iniciaram em 2022 nos laboratórios da UEPG, onde os professores realizaram caracterizações químicas e físicas do material enviado pela Cargill. Com os resultados, a empresa procurou a Hipermix para a comercialização do concreto. “Ao transformar esse resíduo em algo nobre e inserir ele no concreto, foi possível ter um material com viés sustentável e diminuir a agressão ao meio ambiente”, destaca o professor Elias Pereira.

Durante a pesquisa, foram identificadas algumas características do produto, como o efeito filler, que é a capacidade de diminuir a porosidade, e o refinamento da estrutura do concreto. “Conseguimos chegar em substituições de cimento de 5% a 10%, sem perda de resistência mecânica do concreto ou qualquer qualquer fator que desabone as questões de resistência mecânica, química ou estrutural”, conta Elias. A contrapartida da pesquisa também é financeira. “Ela tem um impacto bem grande, porque o cimento é um material mais caro utilizado na fabricação de concreto. Então, quando você diminui a quantidade de cimento, você acaba transformando o material, deixando um pouco mais barato”, complementa.

Características

O cimento é conhecido por ser um dos materiais mais poluentes ao meio ambiente, pelo próprio processo de fabricação. “Quando você tira essa carga de cimento e coloca um material que seria um rejeito, existe um viés de sustentabilidade e de diminuição de emissão de gás carbônico, dentro de todas as premissas”, enfatiza Elias. O concreto produzido a partir das cinzas é classificado como tipo portland, o mais utilizado ao redor do mundo como um dos componentes básicos de concretos e argamassas.

O professor Eduardo Pereira ressalta que o concreto produzido a partir das cinzas segue todas as normativas do cimento comercial, com adições seguindo o estabelecido. “O cimento portland tem alguns ingredientes, como o clínquer, que é a base do cimento, e um pouco de gesso. No Brasil, as adições dentro dos cimentos ficam entre 5% e 50% do cimento ensacado ou a granel”, cita.

Leia mais: Cansaço, fraqueza e queda de cabelos: pesquisa da UEPG analisa sintomas da Covid Longa

As análises mostraram que cinzas funcionam bem em associação ao cimento, “inclusive melhorando a característica do produto final, adicionando em torno de 25% da composição”, adiciona Eduardo. O professor ainda destaca que o concreto fabricado a partir do cimento com cinzas não é feito para construções estruturais, como pilares, colunas e lajes. “Ele é um material que pode ser usado para construção de calçadas, blocos e algumas obras acessórias, que são aquelas que não estão dentro do escopo da normativa de concreto”.

Trabalho em pesquisa

O trabalho não é recente ou pontual. Juntamente com outros professores da área de engenharia civil e engenharia de materiais, a dupla trabalha há mais de uma década com pesquisas sobre cimento, adições e durabilidade dos materiais. “Nós trabalhamos com outros tipos de formulações que não somente a da cinza. O projeto, nesse momento, foi inserido dentro da nossa temática de estudos, pois identificamos as características da cinza pela literatura e pelo que está sendo produzido no meio técnico”, informa Eduardo.

As formulações desses materiais passaram a ganhar um aspecto de sustentabilidade, pois os pesquisadores trabalham com um ponto de melhoria dentro da área da construção civil, como salienta o docente. “O que nós fazemos é inserir uma tecnologia, com foco em melhorar a aspectos ambientais, a qualidade de produtos e contribuir com a sociedade. Porque nós temos recursos finitos, esses recursos irão acabar ou ficarão inviáveis de serem utilizados num futuro, então buscar alternativas, dentro desse processo, melhora a qualidade dos produtos e, ao mesmo tempo, tem um impacto significativo na sociedade”, finaliza.

Assessoria/Jéssica Natal
Das assessorias

Artigos recentes

Motorista fica encarcerado após capotamento em avenida de PG

Jovem de 25 anos conduzia o veículo no sentido Centro quando perdeu a direção e…

% dias atrás

Mutirões contra dengue avançam em dois bairros de Ponta Grossa. Veja quais

Nesta terça, equipes da Prefeitura visitaram imóveis nas regiões do 31 de Março, Vila Mariana…

% dias atrás

Uma em cada cinco mulheres sofre de enxaqueca crônica

A enxaqueca menstrual é um dos principais gatilhos para crises da doença no sexo feminino.…

% dias atrás

Acesso a medicamentos de alto custo demanda ações judiciais

Irregularidades no fornecimento no primeiro trimestre mostram que o direito às medicações não é o…

% dias atrás

Indivíduo é preso por ameaçar os próprios pais com um facão na região

Homem também tinha mandado de prisão por tráfico de drogas. Prisão aconteceu em Fernandes Pinheiro…

% dias atrás

‘Festa de Santa Rita’ pretende reunir 45 mil pessoas em nove dias de festejos

Novo formato oferece menu variado, com pratos típicos, que proporcionam experiência gastronômica diferenciada. Além de…

% dias atrás

Esse site utiliza cookies.

Política de Privacidade