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Roda-gigante do Lago e o custo gigante aos cofres públicos, por Roberto Ferensovicz

Para quem não sabe desde o dia 14 de setembro estão instalados dois brinquedos no Lago de Olarias, uma roda-gigante e um carrossel veneziano.
A princípio a ideia é boa, são brinquedos disponíveis “gratuitamente” para crianças até 12 anos, com funcionamento de terça a domingo.
O contrato estava com previsão de encerramento no dia 15 de novembro, ocorre que no último dia 17 a prefeitura anunciou a prorrogação desse contrato por mais 60 dias, ou seja, até o dia 15 de janeiro de 2024.
Valor do contrato:
O que nos chama a atenção é o preço da “brincadeira”, pois segundo publicado em Diário Oficial o valor do contrato seria de 1,2 milhão por um prazo de 60 dias, lembrando que a disponibilidade dos brinquedos é de terça a domingo, portanto nesse período seriam 54 dias de funcionamento, fazendo um cálculo rápido o valor diário ficaria em torno de 22 mil reais e o valor hora seria em média 3 mil reais, isso mesmo 3 mil reais a hora dos dois brinquedos!
Agora se o contrato foi prorrogado por mais dias, ou seja, dobrou o período inicial, a lógica é que o valor também seja dobrado e ao invés de 1,2 milhão supõe-se que o contrato passará a ser de 2,4 milhões para que os brinquedos fiquem à disposição da população até metade de janeiro.
Como disse no início, a ideia não é ruim, proporcionar diversão para as crianças é muito bom, mas entendo que o valor do investimento é altíssimo para atender um público tão restrito (crianças até 12 anos). Claro que teríamos muitas outras áreas onde esse recurso seria muito importante, saúde sempre é a primeira, investimento nas estradas, principalmente na área rural que foi muito afetada com as fortes chuvas.
Sabendo que cada secretaria tem seu orçamento e esse valor pertence a Secretaria de Municipal de Turismo, poderia ser investido na ornamentação de Natal que é tradicional na nossa cidade, assim como na maioria das cidades do país, quem gosta de ver os enfeites e luzes de Natal nesse período de final de ano? São milhares de pessoas (adultos e crianças) passeando nesses locais, fazendo as famosas selfies, movimentando o comércio, entendo que nesse caso seria muito mais fácil justificar o investimento e com certeza o valor seria muito menor.
Mas vamos considerar que a proposta é divulgar e movimentar o Lago de Olarias, não seria prudente fazer um contrato menor, uns 15 dias talvez?
Mas mesmo assim o valor seria muito alto, talvez se pensar em compram um parque de diversão no modelo que temos na Praça Barão do Rio Branco o qual é bastante utilizado pelas famílias e é um bem público, permanente, o qual ficaria lá por muitos anos e o custo benefício seria muito melhor.
Por fim é importante frisar que o lazer e recreação é sim uma obrigação do Município, um direito dos munícipes, mas isso deve ser feito com muito critério, cautela e zelo com os recursos públicos.

Leia também: Locutor da região tatua rosto de Ana Castela e exibe homenagem para cantora na München

Roberto Ferensovicz

Servidor público municipal há 28 anos. Vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ponta Grossa (SindServ-PG)

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