A Presidente da Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa, Tatyana Belo, detalha os esforços do município para combater o aumento da população em situação de rua, destacando serviços como o Centro Pop, a articulação intersetorial e a abordagem social. Ela destacou os esforços e desafios enfrentados pela cidade no atendimento a esse grupo vulnerável.
Segundo dados da prefeitura, o número de pessoas identificadas como em situação de rua na cidade gira entre 800 e 900, embora o número real de pessoas que vivem nas ruas seja de 100 a 120, incluindo aqueles que se autodeclaram em situação de rua, mas na verdade têm moradia.
Taty Belo explicou que esse aumento na população em situação de rua é reflexo de diversos fatores, como o abuso de álcool e drogas, desemprego e transtornos mentais. A situação, que não é exclusiva de Ponta Grossa, mas sim um problema nacional, aumentou cerca de 25% entre 2023 e 2024. A Secretária também fez questão de esclarecer que, embora o número de pessoas identificadas como “pop rua” seja significativo, nem todas essas pessoas vivem nas ruas de fato, muitas se identificam como tal, mas possuem moradia, como é o caso de muitos trabalhadores da reciclagem.
No município de Ponta Grossa, o atendimento a essa população se dá por meio de uma série de serviços coordenados, como o Centro Pop, Albergue, Restaurante Popular e a abordagem social, que tem como objetivo sensibilizar e convencer os indivíduos a utilizarem os serviços oferecidos pela rede de apoio.
A abordagem social é feita com a ajuda de assistentes sociais, e, em alguns casos, a Guarda Municipal participa das ações para garantir a segurança e a integridade de todos. Taty Belo ressaltou a importância de um trabalho articulado entre as diversas pastas, como saúde, segurança e habitação, que fazem parte do Comitê Intersetorial de Acompanhamento a Políticas Públicas para Pessoas em Situação de Rua (Siap), criado no ano passado.
Além disso, a presidente esclareceu que o município também trabalha com a disponibilização de passagens para pessoas que desejam retornar para suas cidades de origem. A política de “ações compulsórias” não é adotada em Ponta Grossa, pois o entendimento do município e das autoridades judiciais é de que não se pode forçar uma pessoa a abandonar a rua, uma vez que ela tem o direito de ir e vir. No entanto, o município oferece toda a assistência necessária para aqueles que desejam sair da situação de rua, incluindo encaminhamentos para serviços de saúde e centros de acolhimento.
Taty Belo também destacou o trabalho do Consultório de Rua, que é executado pela Fundação Municipal de Saúde e realiza abordagens diárias nas ruas, oferecendo tratamento para aqueles que precisam de acompanhamento médico e psicológico, especialmente em relação ao uso de drogas e saúde mental. A presidente enfatizou que, ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, a população em situação de rua não é composta apenas por indivíduos dependentes de substâncias, mas também por pessoas com transtornos mentais, como esquizofrenia, que acabam sendo negligenciadas pela sociedade e, muitas vezes, pela própria família.
A entrevista também abordou as melhores formas de ajudar essas pessoas. Taty Belo orientou a população a não dar dinheiro ou alimentos diretamente, pois isso pode não ser eficaz ou até mesmo prejudicial. Em vez disso, a recomendação é que as pessoas acionem a abordagem social ou a Guarda Municipal pelo telefone 153, para que a equipe possa ir até o local e oferecer o apoio adequado. Ela explicou que, por meio dos serviços públicos, as pessoas em situação de rua têm acesso à alimentação gratuita no Restaurante Popular, que atende diariamente, incluindo finais de semana, e a serviços de saúde e apoio psicológico.
A presidente também reconheceu a solidariedade dos pontagrossenses, mas alertou para a necessidade de direcionar essa solidariedade de forma mais eficiente, ajudando a construir soluções duradouras para a população em situação de rua. “É importante orientar a população a procurar os canais corretos de apoio, porque, com a ajuda certa, podemos retirar essas pessoas da situação de vulnerabilidade e oferecer uma vida digna”, disse Taty Belo.
Em 2025, a Secretaria de Assistência Social de Ponta Grossa continuará trabalhando para melhorar a qualidade de vida das pessoas em situação de rua, buscando soluções integradas com outras áreas da administração pública e com a colaboração da sociedade civil. O município está comprometido em garantir o acesso a serviços de saúde, alimentação, e reintegração social, com o objetivo de reduzir o número de pessoas vivendo nas ruas e promover a inclusão social.
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