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Terceirizadas da educação de PG deflagram greve e contestam versão de empresa

Cerca de 200 trabalhadoras que prestam serviços nas escolas Municipais e CEMIs de Ponta Grossa entraram em greve após a empresa Mai Service não efetuar o pagamento dos salários, vale transporte e vale alimentação referente ao mês de abril.

Na última segunda-feira (06), a juíza Ana Claudia Ribas, titular da 2ª Vara do Trabalho de Ponta Grossa, concedeu liminar favorável ao Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação e Serviços Terceirizados e Temporários em Geral de Ponta Grossa e Região), determinando o bloqueio do montante de R$ 367.246,48 para garantir o pagamento das verbas rescisórias de mais de 100 trabalhadoras, que já haviam sido desligadas anteriormente.

Nesta manhã (09), a Prefeitura de Ponta Grossa, por meio da Secretaria de Educação, Secretaria de Fazenda e da Procuradoria-Geral, informou em nota que “não há qualquer atraso no pagamento, pela Prefeitura, à empresa Mai Service”. E que “a Justiça do Trabalho determinou que ao invés do Município pagar diretamente a empresa, o pagamento fosse realizado de forma judicial”.

Desta forma, do valor da nota empenhada em, aproximadamente, R$ 935.000,00 para a empresa, R$ 367.246,48 foram para a conta judicial com o bloqueio de valores. Por vez, a reportagem teve acesso a uma nota da empresa Mai Service encaminhada as demais funcionárias contratadas, a qual informa que “devido ao bloqueio realizado pelo sindicato nas verbas do contrato ativo de vocês, a empresa não conseguirá efetuar o pagamento dos salários”.

Siemaco questiona

A presidente do Siemaco, Maria Donizeti Teixeira Alves, questiona onde está o restante do valor de cerca de R$ 567.753,52 que não foi bloqueado. “R$ 935 mil com menos R$367 mil sobra dinheiro para pagar o salário, o ticket refeição e o vale transporte de todas essas trabalhadoras. Agora nós perguntamos, onde está essa diferença de, quase, R$ 600 mil?”, destaca a presidente.

A reportagem foi em busca de respostas e a Prefeitura informou que “o valor a ser depositado refere-se somente ao determinado judicialmente. O restante dos valores equivale ao contrato como um todo será repassado normalmente, à medida de seu cumprimento”. Contradizendo a resposta da Mai Service as trabalhadoras, na qual a empresa escreveu: “Nesse momento, estamos com este impasse e dependendo de uma liminar para conseguir liberar as verbas para pagamento dos salários.

Nós sabemos que tem dinheiro para a empresa receber e esse dinheiro dá para pagar o salário tranquilo. Ainda sobra dinheiro para as trabalhadoras que estão na ativa. […] Elas não vão voltar a trabalhar enquanto não receberem os salários e seus direitos”, frisa Maria Donizeti.

A trabalhadora Gláucia, que atua na empresa há cerca de dois anos, contou que as complicações não são de agora. “Estou há quase dois anos na empresa e desde quando entrei é esse problema todo pagamento tem aquela preocupação de não receber. Vale transporte tem que estar implorando para encarregar, para poder depositar, porque eles não depositam. Vale alimentação também, toda hora tentar atrasando”.

Estamos reivindicando nossos direitos, entramos em greve e vamos para frente”, defende a funcionária Priscila. A reportagem entrou em contato com a empresa Mai Service, através de email e WhatsApp, mas não teve retorno quanto ao posicionamento da empresa sobre o caso e prazos de pagamento.

Assista, na reportagem de Marcos Silva, o que diz as trabalhadoras e a presidente do Siemaco:

Relembre o caso:

Terceirizada não realiza pagamentos e demite 60 funcionárias com 30 dias de trabalho em PG

Trabalhadoras de PG pedem bloqueio de verba de empresa para pagar rescisões

Justiça bloqueia valores para pagamento de trabalhadoras em PG

Boca no Trombone

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