Daniel Padilha, 21 anos,
conhecido como “Neguinho da Xatuga”, foi condenado a 16, 6 anos de reclusão
pelo assassinato de Junio Luís Padilha, fato ocorrido na noite de 15 de
fevereiro deste ano, uma terça-feira, no Residencial Costa Rica. A sessão do Tribunal teve inicio às
8h30min desta quinta-feira (22) e teve seu encerramento às 15h30min.
Daniel contou com a defesa dativa
do criminalista Willian Laranjeira, que teve pouco tempo para estudar o
processo, pois sua convocação deu-se por volta das 15 horas de quarta-feira
(21). A advogada que trabalhava no caso renunciou à defesa.
A acusação foi feita pelo
promotor Rafael Muzzi. Ele pediu a condenação do réu e solicitou aos jurados
que levassem em conta a qualificadora de que o réu agiu de surpresa,
impossibilitando a defesa da vítima.
Testemunhas disseram no curso do
processo que Daniel chegou ao portão da residência da vítima, chamando por ele.
Ao atender à porta, recebeu de imediato dois disparos. Ao virar-se para
retornar para o interior da casa, a vítima foi ferida mais duas vezes. Outros
três disparos dispersaram-se.
Junio pulou uma janela e
refugiou-se na casa dos fundos, moradia de seu irmão mais velho. A vítima foi
perdendo as forças, mas conseguiu dizer o apelido do autor dos disparos. Junio
entrou em óbito horas depois em uma unidade hospitalar.
Depois de cometer o crime, ainda
de acordo com as testemunhas, Daniel deixou o local em um veículo conduzido por
uma outra pessoa. Teria buscado auxilio de um compadre, que mais tarde, segundo
um irmão de Junio, ligou para contar que ele, o réu estivera em sua casa.
Porém, ao depor no inquérito policial, essa testemunha negou ter indicado a
autoria do crime. Atestou que, apenas, enviou mensagem dando os pêsames aos
familiares.
O promotor sustentou que o réu
ameaçou várias vezes os familiares da vítima e outras pessoas que teriam sido
testemunhas oculares do fato. Porém, essas testemunhas não compareceram para
prestar depoimentos.
Tentativa de homicídio
Ao descobrir que Daniel estaria deixado
o Costa Rica e se mudado- para a casa da namorada, no Recanto Verde, o irmão
mais velho da vítima foi com a esposa, em seu veículo, se certificar. Avistou o
réu em uma rua sem saída, e foi até o final da via para fazer o retorno,
ocasião em que Daniel fez diversos disparos contra o carro. O veículo foi periciado
e fotografado. As fotos exibindo as perfurações na lataria foram apensadas aos
autos.
Daniel e o irmão mais velho da vítima,
na adolescência, desentenderam-se. Daniel desferiu uma tijolada na cabeça do
desafeto. Por esse ato, Daniel passou nove meses em regime de internado,
cumprindo sanção socioeducativa.
Defesa
A defesa apresentou a tese de
negativa de autoria. Para o advogado, Daniel, que nunca confessou o crime, não
tinha motivos para atacar Junio. Daniel, pelo contrário estaria grato a Junio.
Ele levou sua motocicleta para que a vítima consertasse. Esta nada cobrou.
A hipótese de Daniel matou Junio
por engano, e que ele queria matar na realidade um dos irmãos destes por estar
convivendo com a ex-companheira dele, também foi contestada pelo advogado
Willian Laranjeira.
Daniel nunca mencionou pretender
vingança também contra o irmão mais velho da vítima, em quem acertou a cabeça
com um tijolo, para o advogado, seria irrisória, pois o agredido é quem poderia
ter o desejo de revanche.
Entretanto, os argumentos de Laranjeira
não convenceram os jurados, que apontaram pela condenação de Daniel Padilha pela
prática de homicídio qualificado, cuja pena varia entre 12 e 30 anos.
Presidiu a sessão do Tribunal do
Júri o juiz Luís Carlos Fortes Bitencourt.
Lágrimas
Familiares de Junio Luís, ao
ouvirem a sentença, abraçaram-se e entraram em pranto, o que já havia ocorrido
no curso do julgamento. A mãe da vítima, entretanto, declarou que seu desejo
era o de condenação máxima para Daniel Padilha.
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