Foto: Jéssica Natal
Uma nova espécie de cigarrinha do milho está no Paraná. A Leptodelphax maculigera se alimenta de culturas do milho e gramíneas, o que pode causar prejuízos nas lavouras.
A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa, em agosto deste ano. Identificada primeiramente em Goiás e Rio Grande do Sul, o estudo da UEPG é o primeiro registro oficial da cigarrinha no Paraná.
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A comprovação da presença do inseto indica que mais locais já estão afetados. “Provavelmente, a espécie já deve estar em todo o território brasileiro”, adverte o professor Orcial Bortolotto, coordenador da Fazenda Escola Capão da Onça (Fescon-UEPG).
Atualmente, o inseto é conhecido pelo potencial da transmissão do enfezamento fitoplasma (infecção da planta por bactérias) e do vírus da risca (que reduz a produção de grãos). “Ainda faltam estudos adicionais para de fato comprovar a capacidade deste inseto em transmitir doenças”, explica Orcial.
O estudo foi realizado em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Escola Superior de Agricultura (Esalq) e Agronômica Consultoria. O primeiro registro no Paraná aconteceu em Londrina, com identificação oficial nos laboratórios da UEPG. “Coletamos alguns insetos e fizemos a leitura em laboratório, com extração em nível molecular, e foi encontrado o vírus no corpo desta cigarrinha”, conta. Pelo potencial de transmissão do vírus que carrega no corpo, a perda de lavoura do milho pode chegar de 20% a 30%. “É necessário ainda que se faça um trabalho complementar com esses insetos infectados. Isso acaba trazendo algumas preocupações para os produtores”, alerta o professor.
Medidas
Em setembro, a safra de milho está em sua fase inicial. Segundo Orcial, é se extrema importância que produtores realizem o monitoramento da lavoura e a presença de insetos – tanto a nova espécie, como a já conhecida na região, a Dalbulus maidis. “É importante que os produtores coloquem armadilhas nas lavouras para monitorar a chegada de cigarrinhas no campo, especialmente porque há algumas regiões aqui nos Campos Gerais de alta população de cigarrinhas nas armadilhas”.
A nova espécie é considerada exótica por ser originária do continente africano e ainda está em população inicial no Brasil. “Mesmo assim, há algumas fazendas em que, no intervalo de 3 a 5 dias, se observa a captura de 200 cigarrinhas em uma mesma armadilha”. Segundo o professor, isso se deve a um inverno mais ameno, de altas temperaturas, o que favorece a chegada do inseto.
Algumas das estratégias de controle são a padronização do calendário de plantio, dentro de uma janela próxima em uma região; a escolha de materiais híbridos ou tolerantes ao enfezamento; e combinação de inseticidas químicos ou biológicos, para manejo da praga. “Estamos no início do plantio de milho, em que produtores fazem duas safras de milho, e geralmente a segunda é mais grave a presença da cigarrinha, por isso é importante medidas de prevenção e controle da entrada do inseto”, completa.
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