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Uma epidemia de sofrimento mental

Há alguns meses temos observado fatos ligados à saúde mental, que aos poucos vamos observando aumentar e causam enorme preocupação. Muitas pessoas estão sofrendo, algumas caladas e outras manifestando.

Uma breve descrição de alguns eventos dos últimos meses, marcantes pela agressividade e descontrole:

  • assassinato em fila de Lanchonete Fast Food em Cascavel, porque o motorista furou a fila;
  • Morte em Foz do Iguaçu por apoio a candidatos adversários;
  • Na Bahia, briga generalizada entre familiares, em avião por causa de assento;
  • Em nossa cidade, motorista de caminhão irritado com a demora, descarregou carga na entrada da indústria de fertilizantes;
  • Supostamente por pressão para cumprimento de prazos e outras dificuldades econômicas, outro motorista confessadamente com alucinações, dirigiu mais de 100 km sob efeito de “rebite” e álcool;
  • devido a provocação (normal em jogos) pancadaria entre jogadores no clássico AtleTiba;
  • Homicídio envolvendo integrantes da mesma família, em que a principal suspeita relatou estar em tratamento psiquiátrico e psicológico.

Todos estes eventos, parecem ter alguns “gatilhos” tais como uma palavra, frase, atitude ou gesto, comuns em outras situações, que agora no entanto, estão desencadeando reações exacerbadas e anormais, comportamentos explosivos, como num curto circuito momentâneo, ocasionando uma tempestade de emoções e violência.

Além disso, temos crescente relatos das consequências da vida midiática, uma competição desnecessária, exageradamente exposta em redes sociais, a necessidade de “likes” e “curtidas” ou ser popular e conhecido, chegando ao extremo de alguns receberem demasiada atenção e dinheiro, os chamados influenciadores.

Por outro lado, há o problema de muitos adultos estarem passando por tédio crônico, situação em que as pessoas sentem desânimo, falta de perspectiva no futuro, muita lembrança de bons momentos e fatos passados (que não voltam), levando a depressão, ansiedade e insônia. Somado a isso temos as consequências da pandemia, endividamento e das mazelas da desigualdade, do desemprego, da fome e do desalento de boa parte da população.

Já o oposto são os sobrecarregado em serviço, atividades ou responsabilidades, estresse e muita competitividade, na eminência de “burnout” ocasionando aumento do uso de drogas lícitas prescritas, de abuso de álcool como também o consumo de drogas ilícitas

Estão sendo criados batalhões de usuários de drogas, usuários de álcool, pacientes em tratamento com psicotrópicos, batalhão de ansiosos, de depressivos, de insones, outro batalhão de moradores de rua dependentes químicos andando pela cidade e infelizmente o batalhão dos sem tratamento.

O momento é de enorme preocupação quanto aos crescentes casos de sofrimento mental e requer atitudes imediatas para acompanhamento especializado, multiprofissional, de políticas públicas atualizadas para Centros de Atendimento e leitos psiquiátricos, para que não tenhamos sérias consequências para a saúde pública.

Everson Krum

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