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PPPs transformam comunidades sem tratamento de esgoto

PPPs transformam comunidades sem tratamento de esgoto
PPPs transformam comunidades sem tratamento de esgoto
Os últimos Censos do IBGE mostram aumento no número de brasileiros com acesso a saneamento básico, mas a falta de coleta de esgoto ainda compõe o cenário da maioria dos moradores de 3.500 municípios

O acesso a saneamento básico continua sendo um privilégio para os brasileiros. De acordo com o Ranking do Saneamento 2024, elaborado pelo Instituto Trata Brasil (ITB), a falta de acesso à água potável é uma realidade para 32 milhões de pessoas. Além disso, nada menos que cerca de 90 milhões de brasileiros ainda estão distantes da coleta de esgoto. O levantamento faz emergir dois lados de uma mesma moeda: ainda que os índices sejam discretos, há uma melhora sensível em relação, por exemplo, àquilo que apontava o Censo de 2010, quando 52,8% da população eram atendidas.

Os dados mais recentes do IBGE, de 2022, também indicam que 97,8% dos lares já possuem, no mínimo, um banheiro de uso exclusivo. No entanto, 0,6% da população ainda não dispõe nem mesmo de uma fossa residencial, por exemplo. Na última pesquisa, também se observou que em 3.505 municípios brasileiros, a maioria da população ainda não sabe o que é viver em domicílios com coleta de esgoto.

A despeito da evolução identificada pelo IBGE nos últimos 24 anos, levar conexões de esgotamento sanitário a todos os lares é um desafio sobre o qual o poder público ainda debruça. E um dos caminhos para garantir essa expansão é por meio das parcerias público-privadas (PPPs), destaca Jullyana Santanna, líder regulatória do Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC), organização que atua com a elaboração e execução de projetos focados no desenvolvimento urbano. Criada em 2008, a instituição vem colecionando experiências de transformações estruturais a partir das PPPs e soluções para cidades. Razão pela qual o IPGC tem ampliado o coro em relação a esse modelo de gestão.

“As PPPs, ao mesmo tempo que dão suporte para os municípios, perpassam por demandas de desenvolvimento. São formas eficientes de solucionar problemas graves e até antigos, porque permitem aliar a expertise do setor privado com as demandas do setor público. É a junção adequada para garantir o sucesso de todos os envolvidos.”, explica.

No caso dos projetos voltados para a implementação de saneamento básico, Jullyana esclarece que a proposta é elaborar um plano minucioso, que deve ser cumprido em etapas, sem esgotar a capacidade de instalação pelas administrações municipais. Segundo ela, o objetivo contrapõe a ideia de “promover soluções ultra rápidas que atropelem os próprios investimentos da Prefeitura”.

Isso passa por promover um plano de desenvolvimento sólido, e com a participação da sociedade, conforme entendimento do IPGC. A ideia é ir além das obras focadas em cavar as ruas da cidade deliberadamente. Do ponto de vista prático, a proposta é pensar também na implementação do sistema de coleta de esgoto e na captação de água, para que ambos funcionem adequadamente à população.

“É possível expandir muito o acesso da população ao tratamento de esgoto, mas isso passa por outros planos acessórios e igualmente fundamentais, que vão desde a conscientização social, passando por adequações ao Plano Diretor Urbano [PDU] e pelo alcance das metas nacionais de universalização do acesso à água e esgoto”, adverte. “É com essa complexidade que as parcerias público-privadas são capazes de trabalhar”, finaliza.


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