Que havia uma pedra no caminho todos já sabem. O poeta já a imortalizara. Certa ocasião, invertendo do poeta a versificação, faltaram as pedras, sendo impossível realizar um grande evento por falta delas. Chuvas que castigavam a cidade veiaram seus sulcos rasgando a carne da terra exposta em valetas. E quem ao destino chegaria com tanta avaria? Não bastasse organizar comida, música, decoração, agora seria primordial encontrar para fechar as valetas uma solução. Ah as pedras do poeta, como faltam! Corre para cá, corre para lá, pede apoio ao vereador para solução, pede da pedreira cotação, em improvisada pavimentação. A pedra é a solução! A chuva não ajuda, implacável, atrapalha a carga de pedras a ser despejada. E sob as benções do poeta das vielas, as pedras vieram, um caminhão delas. A poetisa temerária pela tirania das valetas teve como contê-las, a Rainha das pedras fê-las súditas de sua realeza. E no caminho havia uma pedra que era não ter pedras para o caminho.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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