Neste mês de novembro, Mês da
Consciência Negra, entidades que combatem o racismo agendam promoções nesse
período. Entre essas entidades está o Conselho Municipal de Igualdade Racial Social
de Ponta Grosa (CMPIR/PG).
Um dos eventos programados acontece
no Cine Teatro Ópera, no próximo dia 29, a partir das 14 horas, no Auditório B. Será uma palestra
com o tema Racismo Estrutural, com a participação dos conselheiros do CMPIR/PG,
professores Saulo Rosa, Liz Ângela e Michele Ferreira Pinto.
O evento é oportuno “pelos
acontecimentos que estão ocorrendo na cidade. Existe uma discussão aflorada
sobre o racismo. Vamos levar conhecimento, que racismo é crime, precisamos de
voz e vez”, diz Liz Ângela.
“Vamos dirimir dúvidas, é preciso
que as pessoas tenham conhecimento, nem sempre é o que elas pensam, leem ou
assistem (sobre o tema racismo), diz Saulo Rosa.
Racismo Estrutural
Como explicam os professores, o
racismo estrutural é o racismo que está presente na própria estrutura
social. Segundo essa concepção, o racismo não seria uma anormalidade ou
“patologia”, mas o resultado do funcionamento “normal” da
sociedade.
A sociedade seria uma
“máquina produtora de desigualdade racial”.
Oficina
Na tarde desta sexta-feira (18), a
partir das 14 horas, os professores Saulo e Liz Ângela coordenam uma oficina
com temas afro-brasileiros e africanos. O trabalho tem como público os
professores e professores da Rede Municipal de Ensino, tendo por local a
unidade escolar da vila Cel. Cláudio.
A oficina tem como finalidade a
formação e análise das leis 10639/2003 e 11645/2008. A norma de 2003 versa
sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Ressalta a importância
da cultura negra na formação da sociedade brasileira. O ensino da história e
cultura afro-brasileira e africana no Brasil sempre foi lembrado nas aulas de
História como tema da escravidão negra e africana.
A matéria de 2008 torna
obrigatório o ensino e estudo da história da cultura indígena e afro-brasileira
nas escolas do ensino fundamental e médio; porém, não prevê a sua obrigatoriedade
nos estabelecimentos superiores de formação de professores (licenciatura).
Samba dos Pretos
Os mesmos coordenadores daqueles
eventos, promovem no domingo (20), Dia da Consciência Negra, o Samba dos Pretos, com a participação de
grupos de pagodes, no salão do Nosso Bar, situado no número 860 da Rua Prefeito
Basílio Ribas, bairro Órfãs. A
apresentação conta com a parceria do Instituto Sorriso Negro.
Os ingressos custam R$ 7,00, mais
um quilo de alimento. “Vamos montar cestas básicas e distribuir entre as
famílias carentes”, revela Liz Ângela. As atrações musicais terão início às 16
horas.
Consciência Negra
Consciência negra é um termo que
ganhou notoriedade na década de 1970, no Brasil, em razão da luta de movimentos
sociais que atuavam pela igualdade racial, como o Movimento Negro Unido. O
termo é, ao mesmo tempo, uma referência e uma homenagem à cultura ancestral do
povo de origem africana. É o símbolo da luta, da resistência e a consciência de
que a negritude não é inferior e que o negro tem seu valor e seu lugar na
sociedade.
O dia
O Dia Nacional da Consciência
Negra, celebrado em 20 de novembro, foi incluído oficialmente no calendário
escolar em 2003, quando a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura
Afro-Brasileira virou lei. A origem da data carrega o mesmo motivo pelo qual,
em 2011, um novo decreto a firmou também como Dia Nacional de Zumbi, líder do
Quilombo dos Palmares e ícone da resistência negra no país. Zumbi morreu em 20
de novembro de 1695. Não se trata, porém, de um feriado nacional. Cada estado
tem sua própria legislação.