A galeria da Câmara Municipal de
Ponta Grossa esteve repleta nesta quarta-feira (09). Bolsonarista, muitos com camisetas
da Seleção Brasileira de Futebol, se fizeram presentes à sessão para protestar
contra uma Moção de Aplauso. Ela tinha por homenageado o ministro Alexandre de
Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A proposição, iniciativa do vereador
Dr. Erick (PSDB), foi retirada da pauta pelo presidente da Casa, Daniel Milla
(PSD), a pedido do próprio autor.
Várias manifestações foram
representadas por vaias contra os legisladores que se posicionaram contrários,
principalmente, às palavras de ordem (dos manifestantes) trazendo instigações à violência e pedindo
a intervenção do Exército, para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva,
ex-presidente, e presidente eleito do Brasil nas eleições de 2022.
Antes de dar início à sessão,
Milla postou em suas redes sociais um vídeo sobre a retirada daquela moção de
aplauso da pauta. Após essa introdução, Milla declarou que é contrário a muitas
medidas tomadas por Alexandre de Moraes: “Ele tem tomado posição tendenciosa, censura
as manifestações em redes sociais, censura da expressão da família”.
Muitos cartazes eram tinham seus
dizeres apontando o vereador Erick, entre ele, um que o definia como “arregão”
e, outro, que pedia para que os demais vereadores o ensinassem (Erick) a “ter
trava na língua”.
Erick se pronunciou dizendo que manifestação
só é possível com Democracia. Que entende o direito de liberdade de expressão, mas
não um movimento que é contra a Democracia. Recebeu vaias.
Ameaças
A vereadora Jose do Coletivo
(PSOL) pediu à Presidência que pedisse a retirada de dois manifestantes, afirmando
que ambos tentaram agredi-la quando chegava para a sessão. A resposta de Milla,
que, inclusive, estava usando uma camiseta da seleção, respondeu que não havia
visto ameaça alguma. Orientou a vereadora a apresentar um vídeo à Polícia.
Jose do Coletivo teve o seu
discurso interrompido por vaias, em diversos momentos.
Ela ressaltou que enviou
requerimento à prefeita Elizabeth Schmidt, no qual pede informações sobre a
providências tomadas quando a ocupação da Praça Marechal Floriano Peixoto,
também conhecida como a Praça da Catedral, e quem ao norte de seu quadrante o
prédio do comando da Quinta Brigada de Infantaria Blindada.
Diz a vereadora que aquela praça
foi tombada pelo Patrimônio Histórico do Município; a parlamentar quer saber
quando a preservação das características daquele logradouro.
Por outro lado, a legisladora
destacou que as manifestações dos bolsonarista são antidemocráticas.
“Pedir a intervenção do Exército é um crime. Estarei enviando pedidos de
providencias ao Ministério Público”
.
Para ela, o que está ocorrendo na
Praça Marechal Floriano é o “cúmulo da estrapolação dos limites democráticos”.
Balansin
Também usando camisa da seleção, o
vereador Paulo Balansin (PSD) defendeu os manifestantes.
“É um direito justo. Só
a esquerda é séria? Não é só a esquerda que tem trabalhador. Na direita também
existem os trabalhadores”
.
Outro parlamentar que se mostrou
a favor das manifestações foi Leandro Bianco (Republicano). “Eu votaria contra a
moção de aplauso. É uma ditadura de toga (decisões de Alexandre de Moraes)”.
Ezequiel
O vereador Pastor Ezequiel
(Avante) que todos têm o direito de liberdade de pensamento, o de buscar o
direito de garantias, a livre manifestação. “Agora é possível famílias passarem
peça praça (Marechal Floriano Peixoto), pois lá estão pessoas de bem. Nunca ela
(a praça) esteve tão limpa. Antes estava tomada por um bando de jaguara. Agora
estão pais de família, empresários, de verde e amarelo, lutando pelo Brasil”.