Alertando sobre a prática de crimes de guerra por parte da Rússia na invasão da Ucrânia, o vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR), cobrou do ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, a adoção de medidas no sentido de o Brasil atuar de forma clara e concreta contra a agressão sofrida pelos ucranianos.
[RELACIONADAS]“Diversos países vêm se somando aos esforços internacionais de interromper a invasão sofrida pela Ucrânia, seja atuando ativamente em esforços para o cessar fogo ou tomando medidas concretas, como boicote econômico, além da condenação pública contra as ações do presidente russo Vladimir Putin”, argumentou Rubens Bueno.
No requerimento enviado ao ministro, o deputado alerta ainda que relatos de entidades consagradas internacionalmente, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, acusam as tropas do presidente russo Vladimir Putin de cometer crimes de guerra durante a invasão.
“Entre esses atos consta o uso de bombas de fragmentação (bombas cluster) em áreas civis da Ucrânia. Cabe lembrar que essa munição é proibida em vários países, e que o nosso país já deveria ter seguido essa proibição, porque amplia de forma exacerbada a área dos danos, multiplicando o número de mortos e feridos indiscriminadamente”, disse o deputado, que é autor de projeto, derrubado pelos aliados do presidente Bolsonaro, que barrava a produção, uso, importação e exportação de bombas cluster no Brasil.
Rubens Bueno ressaltou ainda que Brasil e Ucrânia possuem laços históricos densos. “Brasileiros e ucranianos são povos irmãos. Para cá imigraram milhares de famílias de ucranianos, chegando mesmo a consolidar Prudentópolis, na região central do Paraná, como a Ucrânia brasileira”, citou.
Para o parlamentar, nosso país possui o dever moral, político e de direito internacional de atuar de forma concreta e clara a favor da retomada da paz no território ucraniano, incluindo o envio de ajuda humanitária para a região.
[RELACIONADAS]“O Brasil vem atuando, como membro rotativo do Conselho de Segurança, em prol da paz e contra o uso da força contra a integridade territorial e a soberania de um Estado membro da ONU. No entanto, nossa posição internacional precisa avançar, evitando que as hostilidades se prolonguem e que o conflito ameace se espalhar para outras regiões. As consequências de uma guerra são, invariavelmente, morte e sofrimento à população civil”, ponderou Rubens Bueno ao ministro.