O renomado cineasta Cacá Diegues faleceu na madrugada de sexta-feira, 14 de fevereiro, aos 84 anos, no Rio de Janeiro. A confirmação de sua morte foi divulgada pela Academia Brasileira de Letras em suas redes sociais, onde foi informado que a causa do falecimento se deu em decorrência de complicações relacionadas a uma cirurgia.
Reconhecido como um dos maiores nomes da cinematografia brasileira, Cacá Diegues era imortal da Academia Brasileira de Letras desde 2013, ocupando a cadeira número 7. A Academia destacou em sua nota que “sua obra equilibrava popularidade e profundidade artística, abordando temas sociais e culturais com sensibilidade”. Durante o período da ditadura militar no Brasil, ele viveu em exílio, mas permaneceu ativo no debate sobre política e cultura.
No início da década de 1960, Cacá Diegues foi um dos fundadores do movimento Cinema Novo, ao lado de figuras como Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos. Nos anos 70, sua produção cinematográfica ganhou grande notoriedade com o filme “Xica da Silva”, que se tornou um clássico do cinema brasileiro. Em seguida, nos anos 80, apresentou “Bye Bye Brasil”, outra obra amplamente reconhecida mundialmente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou seu pesar pela morte do cineasta. Em nota divulgada pelo Planalto, Lula afirmou: “Recebi com muito pesar a notícia do falecimento de Cacá Diegues, que durante sua vida levou o Brasil e a cultura brasileira para as telas do cinema e conquistou a atenção de todo o mundo”.
Em uma entrevista concedida ao Correio em 2019, Cacá Diegues refletiu sobre o estado do cinema brasileiro, afirmando: “O cinema brasileiro agoniza, mas não morre”. Ele também comentou sobre o legado deixado pelo Cinema Novo: “Este movimento trouxe o modernismo ao cinema brasileiro e registrou a realidade do país. Os filmes eram distintos entre si, mas compartilhavam o compromisso de retratar o Brasil”.
Na mesma ocasião, Cacá criticou episódios de censura presenciados durante a abertura do Festival de Brasília, onde atuou como presidente honorário do júri. Ele destacou a importância da liberdade de expressão: “Impedir o outro de falar é algo que não pode acontecer. Devemos lutar contra isso! Perco meu direito de falar quando proíbo a fala do outro”.
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