A coleção de calcinhas da Marta era impressionante. Começou a trabalhar muito
novinha, sempre com as aulas, substituindo alguém vez em quando, fazendo bicos
como professora de reforço e foi se moldando ao estilo das salas de aula, posturas e
dicas das orientadoras.
O velho quadro de giz virou seu parceiro. Salas modestas, ensino modesto, salário modesto, roupas modestas. A calça jeans já havia sido tingida e reacendia num tom ofuscantemente escuro. Camisetas brancas, algumas até de propaganda. Os longos e lindos cabelos salvos num rabo de cavalo de intimidar qualquer um, uma crina ou juba de fêmea.
No final do mês, o aluguel dividido com mais três nas escassas rendas para o
montante mensal a ser pago. A renda era realmente baixa, contudo, não quando se
tratava daquela junto à lingerie, os rendados e brocados que adornavam calcinhas e
sutiãs que ela colecionava como artigo raro. Cada aquisição era uma conquista e mais
um carnê na fila do mês.
As marcas mais caras, os modelos mais luxuosos, facilmente dois conjuntos novos abocanhavam metade do seu salário e lá seguia para o trabalho com a camiseta velha. À noite, após o banho, o êxtase: suas peças íntimas produziam espasmos de contemplação.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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