Brasil Ponta Grossa

Diocese de PG envia missionários para a Amazônia

     A Diocese de Ponta Grossa dá o primeiro passo concreto em direção à construção
de um centro missionário em Canutama, na Prelazia de Lábrea, no Amazonas. No
sábado (18), foi celebrada a missa de envio dos três missionários responsáveis
pela construção e efetivação do espaço, que fica no Km 70, localidade ao sul do
município, na divisa com Porto Velho (RO), e pertence à Paróquia São João
Batista, administrada pelos padres da Diocese, Osvaldo Pinheiro e José Nilson
Santos. Seguem para a Amazônia, em janeiro, o padre Sílvio Mocelin, de 84 anos,
o diácono Metódio Retexin e sua esposa, Sebastiana Vera Retexin, todos os três
servindo, atualmente, na Paróquia São Pedro e São Paulo, de Telêmaco Borba.

     
A missa de envio foi celebrada pelo vigário geral da Diocese, padre Jaime
Rossa, na tarde de sábado, durante uma das cerimônias para a conferência da
Crisma a adolescentes da paróquia. “Estamos vendo tudo isso com muita
naturalidade. A paróquia nos pediu assistência e estamos indo dar. É uma
transferência, como as 20 que vivi até hoje. A única diferença é a distância,
pois o compromisso é o mesmo”, argumenta padre Sílvio, citando que a Paróquia
São João Batista tem a extensão territorial da Diocese de Ponta Grossa. 

“Não
tenho noção de como será o trabalho, como não tinha ao chegar aqui, quando o
que existia era só uma capela. Primeiro precisamos nos ambientar, conhecer a
realidade, saber em que estágio estão da caminhada…”, acrescenta o padre que
completará 85 anos em fevereiro.

    
O grupo viaja de carro para o Km 70. Devem sair na segunda semana de janeiro.
“Vou levar uma caminhonete que é da Diocese, mas que está sob minha
responsabilidade. Como lá é estrada de terra, ela vai ser muito útil nesse
momento”, justifica padre Sílvio. Segundo ele, ainda há muito trabalho a ser
feito na paróquia de Telêmaco Borba, onde ocorreram primeiras eucaristias,
crismas e formações de ministros, recentemente. 

“Tudo isso ainda requer um
trabalho muito intenso até dia 31, além do inventário do patrimônio que precisa
ser feito. Não podemos fazer nada no atropelo”, argumentou.

 Inicialmente, a
intenção era que os missionários chegassem na Prelazia de Lábrea já no início
de janeiro. Mas, em função de todos os encaminhamentos que ainda precisam ser
feitos, a previsão é que o grupo seja oficialmente acolhido no dia 21 de
fevereiro, em uma celebração com a presença de Dom Santiago Sànchez Sebastian,
bispo da Prelazia.

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“Nossa missão aqui termina no final do ano. Vamos deixar tudo encaminhado. Lá,
por enquanto, vamos ficar em uma casa cedida por um morador, mas temos que
mobiliar, ajeitar as coisas. A expectativa do pessoal é muito grande. Estão
muito animados, muito ansiosos, afinal, é a primeira vez para eles que um
trabalho será iniciado e terá continuidade, não só em ações pastorais, mas com
a presença constante”, afirmou o diácono Metódio Retexin. Ele cita que, ao lado
da esposa, tem uma vida já organizada, com um casal de filhos crescidos,
casados, morando, inclusive, fora de Telêmaco Borba. São dois filhos e três
netos: com 24, 22 e quatro anos. “A Vera é uma missionária nata, trabalha em
casa e deixar o neto, mesmo o mais novo, não será problema”, assegura. “Vamos
para trabalhar, para evangelizar, para ajudar a Igreja que precisa. Lá, serão
desafios próprios, porque eles têm a própria caminhada, feita diferente da
nossa. Vamos para aprender, caminhar junto. Vamos nos colocar a serviço. O
importante é isso”, enfatiza o diácono.

    
Os três estão na Paróquia São Pedro e São Paulo desde a sua fundação, em 2008.

Expectativa

    
O bispo da Prelazia de Lábrea, Dom Santiago Sànchez, disse que ficou muito
feliz em saber do envio dos três missionários. “Que bom que já assumiram uma
paróquia aqui da Prelazia, que é enorme e tem partes que é muito difícil
chegar. Para trabalhar essas partes mais distantes, apenas uma dessas partes, é
que vai se criar esse centro pastoral. É complicado por ser um assentamento;
falta um pouco esse sentido de comunidade e estão misturados os dois estados:
Amazonas e Rondônia. Uma parte pertence à Prelazia da Amazônia e a outra, à
Diocese de Porto Velho, em Rondônia. O centro é muito importante porque vai
atender a parte que nos corresponde e ajudar na outra”, detalha o bispo.

    
Dom Santiago lembra que teve a oportunidade de escutar as palavras de padre
Silvio, durante a celebração comemorativa de seus 60 anos de sacerdócio, e
percebeu seu admirável espírito missionário. “Com sua idade, afrontar novos
desafios e cumprir um sonho que tinha, é uma maravilha. Segundo disse em seu
testemunho, não pode trabalhar sozinho, senão com uma equipe. Que bom que não
vem sozinho. Isso supera todas as expectativas. Há muito trabalho para fazer. É
um pouco desafiante, mas acho que a resposta do povo vai ser positiva. Terão,
agora, um sacerdote que vai viver no meio desse povo e trabalhar com ele, criar
as comunidades, criar a Igreja. A expectativa é grande, a esperança é muita.
Desde já, minha gratidão enorme”, enaltece.

   
 Conforme o bispo, ainda que a transferência dos missionários não tenha
sido oficializada em um convênio por enquanto, a estada seria de
aproximadamente três anos. “Esse centro vai ser criado totalmente, até
materialmente, com a construção de capela, moradia, centro de reuniões, de
pastoral…Queremos que seja lugar de experiência, de estágio, para os seminaristas
e para o clero. Temos feito essa experiência em Lábrea com alguns seminaristas,
com leigos e religiosos, e, foi muito positivo. Os que conhecem a realidade da
Prelazia são, depois, os primeiros animadores e evangelizadores. Então, aqui,
além de fundar esse centro missionário, eles serão os formadores dos futuros
missionários. Meu abraço, minha bênção, minha acolhida tanto ao padre Silvio
quanto ao diácono Metódio e sua esposa. Sintam-se desde já em sua casa. Vão
mudar de bispo, mas espero ser também esse bispo compreensivo e próximo, como
vocês esperam”, ressalta Dom Santiago.

    
Padre Osvaldo Pinheiro, que assumiu a Paróquia São João Batista em fevereiro de
2020, conta que a missão no ‘Km 70’ nasceu de um encontro com o setor
missionário da Diocese, quando surgiu a proposta de os diáconos assumirem a
missão. “Já que a Diocese conta com muitos diáconos, pensamos em abrir uma
frente missionária destinada para eles. Mas, como ainda há diáconos que
trabalham, têm suas esposas, netos, surgiu essa dificuldade. Então, padre
Sílvio e o diácono Metódio, como tem esse desejo pela missão, abraçaram com
alegria essa causa e estão indo abrir caminho. A parte mais difícil é o
primeiro passo.  O importante é a direção certa, não a velocidade. É uma
alegria poder contar com a presença deles”, agradece o pároco.

 


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