Depois do retorno na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Paula, a Organização Não Governamental Doutores Palhaços – SOS Alegria retomou na última semana, as atividades no Hospital do Coração Bom Jesus. O controle da covid-19 através da vacinação e os cuidados já tomados pelos palhaços nestes ambientes, garantem um cenário favorável para o retorno do riso para pacientes e trabalhadores destes espaços de saúde. De 2008 a 2019 os Doutores Palhaços foram mais de 360 mil pessoas atendidas nas intervenções realizadas em hospitais em Ponta Grossa.
De acordo com o enfermeiro Rodrigo Petroski, orientador do Controle de Infecção e membro do Grupo de Pesquisa SOS Alegria, o trabalho da ONG foi interrompido, devido a pandemia da covid-19, no dia 13 de março de 2020. Ele conta que mesmo com o entendimento da risoterapia como uma terapia corpo e mente, que oferece resultados para os pacientes, ela é complementar. “Devido a isso, respeitando os protocolos internos das instituições hospitalares às quais a ONG atuava, de que era necessário reduzir ao máximo o número de pessoas circulando dentro do ambiente hospitalar para a segurança de todos, as intervenções nestes ambientes foram suspensas”, relatou o enfermeiro, que lembrou também da segurança do próprio elenco.
O coordenador geral da ONG, Bruno Madalozo, conta que em outros hospitais do Brasil, trabalhos no mesmo formato já voltaram a normalidade desde novembro do ano passado. Segundo ele, esse afastamento do presencial, foi muito difícil, mas necessária, em virtude da arte do palhaço ser aglomeradora. “É essa e nossa linguagem, pois onde a gente está, aglomeram pessoas para olhar, para brincar, para fazer uma piada. As pessoas se aglomeram em volta de palhaços para saber o que que está acontecendo e isso sempre foi muito natural”, conta.
Para Michelli André da Silva, enfermeira e coordenadora das Unidades de Internação do Hospital do Coração Bom Jesus, o retorno dos Doutores Palhaços para a instituição traz novamente o sorriso que há aproximadamente dois anos não acontece dentro do Hospital, por causa da pandemia. Ela destaque que considerando a experiência antes da covid-19, a simples presença do palhaço no ambiente, já deixava o clima mais leve e agradável, não apenas para os pacientes, mas também para quem trabalha no local. “Com os Doutores Palhaços, saímos um pouco também da rotina. O paciente, por mais que seja minutos, ou até mesmo segundos, se descontrai, ri e esquece do momento em que ele vive uma patologia”, comenta a enfermeira, que lembra que os próprios colaboradores cobravam o retorno da ONG.
[RELACIONADAS]“Agora a gente retoma para presencial com todos os cuidados, mas o que muda para nós de fato, é o uso da máscara, porque todos as outras ações preventivas, os palhaços já utilizavam, como por exemplo, a lavagem das mãos, o uso do álcool em gel, a desinfecção dos objetos usados nas intervenções, o próprio cuidado com o figurino dos palhaços já seguia normas pré-estabelecidas de para evitar contaminação, sem contar o distanciamento dos pacientes, da mobília e dos objetos do quarto do hospital que já ocorria”, explica Madalozo.
Considerando este fator, outro ponto comentado pelo coordenador é em relação aos trabalhadores dos hospitais. Ele comenta que as intervenções também serão positivas para os profissionais de saúde que estiveram na linha de frente, enfrentando todo o estresse e sofrimento gerado pela pandemia. “Eles também necessitam de descontração e os Doutores Palhaços levam isso para estes profissionais. Por isso, estamos muito felizes de ter a autorização deste espaço para voltamos de maneira gradativa ao ambiente hospitalar”, finaliza o coordenador.
As intervenções dos Doutores Palhaços SOS Alegria nos espaços de saúde e ILPIs fazem parte do Projeto Doses de Sorriso 1ª Edição, que foi aprovado pela Secretaria Especial da Cultura, do Ministério do Turismo, através da Lei Rouanet, com o PRONAC 182738 e com o apoio da Agrocete Indústria de Fertilizantes Ltda. e do Banco Paccar S/A.