O Hospital Materno-Infantil da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HUMAI) divulgou nesta tarde de sexta-feira (26), que a família da paciente Geovana dos Santos Wilczeski, de 10 anos, vítima de arma de fogo, autorizou a doção de órgão.
A informação veio através da Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (Cihdott), com autorização da família. A criança estava internada na instituição desde terça-feira (23) e teve a morte encefálica confirmada.
Após acolhimento e entrevista familiar com a equipe multiprofissional, a família autorizou a doação de órgãos. Procedimento que será realizado de acordo com protocolos estaduais para captação e transferência para centros transplantadores.
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Sobre doação de órgãos
Todo paciente de hospital que esteja em morte encefálica é um potencial doador. Segundo a Central Estadual de Transplantes, são contraindicações para a doação de órgãos e tecidos as doenças infectocontagiosas, câncer e infecções graves. No caso de infecções que estejam respondendo a tratamento, é possível doar.
Cada doador pode salvar várias vidas: pode-se doar o coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado, além de tecidos como córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas e tendões. A determinação de quais órgãos podem ser doados é através de uma avaliação clínica de viabilidade.
O processo é composto por muitas etapas: desde o momento em que se detecta a possibilidade de morte encefálica em um paciente até a efetivação de um transplante de órgãos, são muitos profissionais envolvidos e uma série de decisões tomadas com responsabilidade e respeito. Morte encefálica é nome legal dado ao óbito de um paciente: é a interrupção irreversível das atividades cerebrais.
De acordo com as orientações da Secretaria de Saúde do Paraná, é preciso que a avaliação da morte encefálica seja feita por dois médicos de diferentes áreas, por meio de um complexo protocolo de exames clínicos e exames complementares. O intuito destes procedimentos é eliminar as dúvidas no processo e comprovar que, realmente, não há mais nenhuma atividade cerebral.
Quando se confirma a morte encefálica, o primeiro passo tomado pela equipe é garantir que haja um entendimento por parte dos familiares do que significa a morte cerebral e uma compreensão da situação. É só depois de garantir o controle emocional que se oferece a possibilidade de ajudar outras pessoas por meio da doação de órgãos. Há um cuidado especial na forma de tratar o assunto: são utilizadas técnicas para a abordagem da família, oferecendo sempre o apoio emocional e explicando de forma clara como funciona o processo de doação.
Em 2023, 16 famílias aceitaram doar os órgãos de pacientes internados no HU-UEPG. Foram 41 órgãos captados, que tiveram como destino salvar vidas de pessoas que aguardavam na fila de espera por transplantes.
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