Cerca de 80 trabalhadoras terceirizadas que atuam em
Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e Escolas da Rede Municipal de
Educação estão em greve e e realizaram uma manifestação, na manhã desta segunda-feira
(18), em frente à Prefeitura de Ponta Grossa.
O grupo alega que completou 45 dias de trabalho e, até
aqui, nenhuma das trabalhadoras recebeu o salário, vale alimentação e vale
transporte. Além disso, itens como equipamentos de proteção individual também
não foram fornecidos pela empresa Construserv, que venceu a licitação realizada
pela Prefeitura para prestar serviços de limpeza e merendeira em
unidades da rede municipal.
Assista como foi a manifestação das trabalhadoras
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O proprietário da Construserv, Edvaldo dos Santos,
conversou com a equipe do Portal Boca no Trombone. Ele alega que a empresa está
enfrentando dificuldades para arcar com os compromissos financeiros. Segundo
ele, a questão envolve o bloqueio dos pagamentos por parte da Prefeitura de
Ponta Grossa
“Nossa empresa é nova. Prestamos serviços em vários
outros municípios e não temos a intenção de lograr ninguém. O que acontece é
que a Prefeitura de Ponta Grossa tem algumas regras específicas, que o nosso
jurídico já está trabalhando. Mas, não temos interesse em arrumar problemas com
o Município e nem ficar com o dinheiro de qualquer trabalhador”, argumentou
Edvaldo.
Ainda segundo o empresário, a previsão é de que todas as
questões sejam resolvidas até o final desta semana e os pagamentos repassadas
às trabalhadoras.
Por sua vez, a Prefeitura de Ponta Grossa informou,
através da assessoria de imprensa, que estuda quais medidas podem ser adotadas
em relação à empresa. Confira, na íntegra, a nota enviada pela Prefeitura.
A Prefeitura Municipal de Ponta Grossa informa que a
manifestação foi realizada por empregados de empresa terceirizada; O alegado
atraso nos pagamentos de salários e verbas acessórias (VA e VT) é de
responsabilidade da empresa; A Prefeitura já está avaliando as medidas a serem
tomadas, em regime de urgência, para notificação da empresa; Caso haja suspensão da prestação de serviços, a
Prefeitura já trabalha com um plano de contingência.
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Ação judicial
Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e
Conservação, Serviços Terceirizados e Temporários em Geral de Ponta Grossa e
Região (SIEMACO) está oferecendo apoio jurídico e orientação para as
trabalhadoras. O representante jurídico da entidade, Marco Aurélio Uliana
Filho, acompanhou a manifestação em frente à Prefeitura e afirmou que todos os
encaminhamentos estão sendo tomados para garantir os direitos das
trabalhadoras.
“Desde o início do contrato não foi fornecido o vale transporte
para as trabalhadoras. Vale alimentação também não foi pago. O salário também
não foi pago e não tem resposta. Muitas dessas trabalhadoras têm, sequer, o
registro em carteira, tanto na digital como na física. Nós estudamos entrar com
as ações trabalhistas individuais para cobrar os direitos via judicial”,
completou o advogado.