Lembranças do Arco da Velha, por John Elvis

Fala galera do Portal Boca no Trombone, tudo as pampa com vocês? Na coluna de hoje iremos fazer aquela boa viagem no tempo, dar novamente aquela pitada saudosista, conforme havíamos “combinado” , e devido à excelente repercussão da coluna com o título de PONTA GROSSA DAS ANTIGAS, iremos cumprir a nossa parte do acordo (senão entendeu nada procure ler a coluna do dia 06 de maio deste ano, pois afinal a PALAVRA DE UM HOMEM É UM DOCUMENTO, e se  tiver sido por escrito então… Então sem mais delongas, vamos dar início aos trabalhos:

ARCO DA VELHA – Tenho muitas lembranças deste local mágico que atendia em endereço na Rua Doutor Colares, ele funcionou posteriormente também nas Ruas Paula Xavier e Augusto Ribas, durante o final dos anos de 1980 até os primórdios deste século senão estou enganado. Mas o local que ficou gravado na minha mente é o primeiro logradouro citado, aliás não só na mente, mas também no coração, vou dar um exemplo:

O MELHOR DISCO QUE JÁ TIVE– Em tempos em que não havia tanta facilidade de acesso a informação e também obviamente a música se enquadrava nestes casos também, o velho Alceu (que nem deveria ser velho) que era o proprietário, tinha um fantástico acervo, que ele cuidava com muito esmero, e disponibiliza aos seus clientes da melhor forma que podia, havia muitos discos, livros, gibis, etc; mas vamos focar nos discos de vinil, que eram a atração principal com certeza. Eles eram catalogados e expostos com um código de letras, que iam de A-Z, e assim sendo as primeiras letras eram os discos baratos e as últimas os discos mais valiosos. Estes últimos citados ficavam em uma parede atrás do balcão principal e desconfio que ele nem fazia muita questão de vender aqueles exemplares mesmo; pois custavam literalmente o olho da cara, mas admito que formavam uma moldura incrível.

Eu era um jovem adolescente cabeludinho e sem grana no bolso, mas vivia indo lá pra olhar os discos convencionais, trocar algumas palavras com o Alceu, as vezes gravar uma fita K7 (sim, havia essa possibilidade mais “acessível”); mas principalmente sonhar com aqueles discos que ficavam lá no alto da parede, especialmente os da minha banda favorita de todos os tempos. Para o meu orgulho, mas ao mesmo tempo para o meu desespero, as relíquias do NAZARETH sempre eram adesivados com as últimas letras do alfabeto, o que frustrava os meus planos de sair com um daqueles embaixo do meu braço e desfilar com ele durante todo o trajeto até a minha casa. Lembro também que sempre comentava alguma coisa com os meus “velhos” que naqueles tempos eram bem mais jovens do que eu sou hoje…

Um certo dia, aliás inesquecível dia, meu saudoso pai foi na saída do Colégio São Luiz me buscar, o que não era normal, entrei naquele Fiat 147C  de cor bege, mas não fomos para a casa, de forma totalmente inesperada e surpreendente, ele pegou outro trajeto e passou em frente ao ARCO DA VELHA, estacionou alguns metros a frente, desceu do carro sem dizer uma única palavra, e ao retornar voltou com um álbum duplo ao vivo, chamado IT’ SNAZ, que custava uma pequena fortuna e me dando um abraço forte, me presenteou naquele dia, com o melhor disco que eu já tive na minha vida. Várias décadas se passaram e hoje eu entendo que estes momentos sim, é que valem não apenas uma fortuna, são impagáveis, já que são impossíveis de se mensurar o valor daqueles momentos…

CUIDE BEM DAQUILO QUE NÃO TEM PREÇO, SÃO ELAS QUE TE FAZEM RICO

JOHN ELVIS RIBAS RAMALHO É COLUNISTA TITULAR DESTE PORTAL BNT

APRESENTADOR, COMUNICADOR E  RADIALISTA NA RÁDIO CLUBE FM 94.1

BACHAREL EM DIREITO E SER HUMANO EM EVOLUÇÃO

FILHO DO ADVOGADO, JORNALISTA E RADIALISTA  ALTAIR RAMALHO

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