Um procedimento no Ministério Público Federal (MPF) investiga a aplicação de recursos provenientes de doações na reforma da chamada Ala Amarela, do antigo Hospital Municipal Amadeu Puppi (HM). O HM está desativado desde abril do ano passado e a Prefeitura de Ponta Grossa já confirmou que não pretende reabrir a unidade. A intenção é que o prédio seja utilizado pelo Hospital Universitário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Apesar dos planos de encerramento do HM, com o suposto fechamento temporário para reforma, parte da unidade já havia sido reformada entre os anos de 2020 e 2021. A melhoria beneficiou pacientes de ortopedia e clínica médica, que passaram a ter salas praticamente novas para atendimentos. Porém, com o encerramento das atividades após o fim do contrato com a empresa Hygea Gestão & Saúde, os pacientes passaram a superlotar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) à espera de transferências para outras cidades.
O caso chamou a atenção do MPF porque a reforma concluída pouco antes do fechamento recebeu recursos provenientes de doações, entre elas, verbas da Justiça Federal. Em resposta a ofício da Procuradoria da República, a Associação Pró-Pronto Socorro (Apros) informou que a obra custou R$ 2,5 milhões. Além da Justiça Federal, parte do dinheiro foi doado pelo Rotary Clube.
A investigação do MPF busca detalhar de que forma os recursos foram aplicados e quais os contratos firmados para a reforma, que deixou de ter sentido devido ao fechamento total do HM para novas obras.
O caso já havia sido objeto da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, na Câmara de Ponta Grossa. Servidores públicos ouvidos pelos vereadores confirmaram que não havia necessidade de interdição total da unidade e que reparos emergenciais no telhado do HM, no valor de R$ 200 mil, resolveriam o problema da realização de cirurgias
