Ponta Grossa

Pesquisa: Quase 80% das mulheres de PG já sofreram algum tipo de assédio sexual

Os crimes de assédio sexual e importunação sexual voltaram a ser pautas da mídia após um caso na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, ainda em 2021. Um homem dentro de um veículo, passou a mão sem permissão no corpo de uma mulher ao andar de bicicleta. O ato quase resultou em um acidente de trânsito. As vítimas relatam desde assédios morais dentro dos ônibus lotados até toques não-permitidos em suas partes íntimas.

Um levantamento realizado pela equipe de reportagem em Ponta Grossa, tendo em conta 30 mulheres de idades entre 16 a 43 anos, com diferentes classes sociais e ocupações, revelou que cerca de 80% das mulheres já foram seguidas na rua por homens, usando carros, motos ou até mesmo andando. Toques não permitidos e palavras que constrangem ocorrem todos os dias com 56,6% das mulheres. Elas também afirmam que ao serem tocadas em partes como seios, pernas ou serem tocadas por órgãos genitais masculinos quando o transporte coletivo está lotado.

Onde o assédio ocorre

Os casos não estão restritos apenas a transportes ou ruas, 50% das mulheres entrevistadas relatam sofrerem ou já terem sofrido assédio em seus locais de trabalho e/ou de estudo, como escola, faculdade e cursinho. A estudante universitária, Maria Eduarda Ribeiro, de 19 anos, relata que o mais recente ocorrido foi no cursinho preparatório. “Foi em 2019 quando um professor meu do cursinho me beijou à força”, comenta a estudante. Ela conta também que realizou uma denúncia contra o professor. “Denunciei sim. Por sorte e infelicidade dele, minha mãe é policial civil”, conta.

[RELACIONADAS]

Segundo o levantamento, em 2 de 3 ocorridos, as vítimas de assédio sexual e importunação sexual não realizam uma denuncia contra seu agressor devido a falta de incentivo por parte da família, amigos ou por medo de não ter credibilidade frente as autoridades. “Nunca denunciei, dá medo, parece que a gente tá sozinho. Eles sempre conseguem se fazer de vítima e dizer que a gente é louca, que não aconteceu daquele jeito. Já pedi no ônibus pro cara parar de se encostar em mim, ele dizia que estava lotado e não tinha como e ninguém em volta dizia nada. Eu só me afastava e tentava ir pra algum outro canto”, comenta uma das vítimas.

Legislação

Conforme o Decreto de Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940, artigo 2016-A, realizar atos que gerem constrangimento para conseguir algum tipo de favorecimento sexual, independente da situação hierárquica ou função, prevê detenção de até dois anos. Para o crime de importunação sexual a pena é de até cinco anos de reclusão, que pode ser aumentada conforme a gravidade do crime e a idade da vítima.

Apesar da dificuldade de muitos em realizar uma denúncia, esse ato é muito importante não somente para a vítima, mas sim para diversas mulheres. Através da iniciativa, outras mulheres tomam coragem para fazer o mesmo. Para denúncias contra assédio sexual, importunação sexual ou qualquer outro tipo de violência contra mulher, entre em contato com a Delegacia da Mulher de Ponta grossa pelo número (42) 3309-1300. Confira o número da delegacia da mulher da sua cidade. Denuncie, não fique calada, sua atitude pode impedir que mais mulheres sofram.

Confira a matéria completa, com um infográfico exclusivo, no site do Jornal Colabore (CLIQUE AQUI)

Mais Lidas

BNT Vídeos

Quer receber as Newsletter BnT?

Cadastre-se e receba, um email exclusivo com as principais noticias produzidas pela equipe do Portal Boca no Trombone

Web Stories

Relembre o Bosque de Luz de Ponta Grossa PM ganha as ruas com Ações de Reforço Teto do shopping desaba em PG Cândido Neto entrevista Álvaro Goes Schumacher relembra gol histórico no Operário Palvavras de Deus no Portal BnT Torcida do Flamengo toma ruas de PG