A administração do Governo Municipal de Ponta Grossa sofreu mais uma derrota em uma das principais pastas do município, a área da Saúde. O Conselho Municipal de Saúde (CMS)reprovou por 10 votos, o Plano Municipal de Saúde devido a não inclusão de metas como atendimento digno e humanizado para a população.
No dia 21 de dezembro de 2021 em uma reunião o CMS solicitou um pedido de vistas ao Plano, solicitando ainda a inclusão de metas para o atendimento humanizado e de qualidade prestados no sistema público de saúde para evitar que os usuários SUS fossem prejudicados.
A última reunião do CMS foi realizada na terça-feira (1), e o novo plano foi analisado pelos conselheiros, verificando que os apontamentos encaminhados para a Fundação Municipal de Saúde (FMS) não foram incluídos no documento, sendo assim o Plano Municipal de Saúde foi reprovado pelo conselho. A reprovação do documento pode causar sérias complicações não somente ao município, mas aos usuários do sistema de saúde, pois o município de Ponta Grossa pode sofrer com o corte e bloqueios de verbas destinadas diretamente para a pasta da saúde.
A recusa da Fundação Municipal de Saúde em em incluir os apontamentos do conselho, põe em jogo a administração da saúde em Ponta Grossa. O CMS tem poder deliberativo nas decisões da administração. Isto significa que a Prefeitura de Ponta Grossa através da Fundação Municipal de Saúde e seu presidente Rodrigo Manjabosco, devem se adequar e respeitar as decisões do Conselho.
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Para os conselheiros, o Município de Ponta Grossa deixou de lado as políticas públicas que geram impacto na vida de pessoas inseridas em grupos de vulnerabilidade social e econômica.
A conselheira Adriane Lopes apresentou seu voto contrário a aprovação do Plano Municipal de Saúde apresentado pela FMS. A conselheira explicou que o voto contrário foi necessário devido ao plano não contemplar os apontamentos que foram amplamente discutidos nas reuniões. Adriane informou ao Portal BnT Online que o conselho todas as possibilidades de diálogo com a gestão, porém sem êxito.
Durante a votação a conselheira solicitou que conte em ata a fala sobre a decisão do voto. Confira na íntegra o que diz Adriane Lopes.
“Gostaria de agradecer e ressaltar o trabalho da comissão, que fez o acompanhamento do plano.
Entendo que as políticas públicas geram impactos na vida das pessoas, e em especial daquelas inseridas em grupos de vulnerabilidade social e econômica.
A ausência de políticas públicas voltadas a este público geram impactos cruéis.
Quando foram feitos apontamentos importantes pela conselheira Gizelle, no seu pedido de vistas, eu esperava um retorno na fundação municipal de saúde favorável e, inclusive que fossem contempladas as adequações solicitadas e incorporadas as metas.
No entanto isto não ocorreu e, considero extremamente preocupante que alguns dos apontamentos no estejam contemplados no plano, pois foram exaustivamente debatidos.
Mas, a gestão entende que não é necessário a inserção destes apontamentos, portanto maximizando os problemas já existentes e deixando o fortalecimento da atenção básica de lado.
Percebo que o executivo investe muito na auto promoção e, precisa refletir sobre investimentos no cuidado com as pessoas, pois entendo que o sistema está montado de um jeito que coloca a população contra servidores provocando à exaustão dos trabalhadores colocando o trabalhador e usuário numa condição muito precária.
Os trabalhadores são os primeiros ter contato com a população numa situação que muitas vezes desumaniza a todos: quem está atendendo e quem precisa de atendimento.
Parece que a gestão demonstra insensibilidade ao que é primário, que é a dor, mal estar e indisposição, tendo que ficar aguardando por atendimento adequado por horas, dias e até meses para obter a resolutividade do seu problema.
Por este motivo voto pela REPROVAÇÃO do plano Municipal de Saúde.”