Categorias: DestaquePonta Grossa

Quarta-feira de Cinzas: Desfile religioso na Igreja dos Polacos marca início da quaresma

Em mensagem deste ano, o Papa Francisco afirma que a Quaresma é tempo da graça na qual o deserto volta a ser lugar do primeiro amor.

Refletindo sobre esse importante momento da vida da Igreja a partir do tema ‘Através do deserto, Deus guia-nos para a liberdade, Francisco reconhece que a humanidade de hoje atingiu “níveis de desenvolvimento científico, técnico, cultural e jurídico capazes de garantir dignidade a todos”, mas o risco é que, sem rever os estilos de vida, se caia na “escravidão” de práticas que arruínam o planeta e alimentam as desigualdades.

E sob a orientação do Papa, os católicos iniciam a preparação para a Quaresma nesta Quarta-Feira de Cinzas, com a celebração da imposição de cinzas. No dia 14, uma vigília de Carnaval, no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja dos Polacos, vai se encerrar com a missa em reparação ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, a meia noite. Será a primeira com imposição de cinzas da cidade. A vigília se inicia na terça-feira (13), após a celebração das 18 horas e segue até a zero horas de quarta. Ainda na quarta-feira, serão celebradas missas às 7, 12 e 18 horas, todas com imposição de cinzas.

Leia também: Casa do Artesão celebra o Carnaval com respeito à mulher e homenagem a Corina Portugal

Na Catedral/Paróquia Sant’Ana, a missa será às 19 horas, celebrada pelo bispo Dom Sergio Arthur Braschi. Na Paróquia São José, a imposição acontece em todos os horários de missa e novenas: 7, 8, 10, 12, 14, 15, 16, 18, 19 e 20 horas. Na Paróquia Imaculada Conceição, a Igrejinha de Uvaranas, nas celebrações das 8h30 e das 19 horas. Na Paróquia Santa Rita, no Bairro da Ronda, às 7, 15, 18 e 20 horas.

Na matriz da Nossa Senhora de Fátima, na Vila Cipa, às 8 horas e às 19h30. No Sabará, na Paróquia São Pedro Apóstolo, às 8h30, 16 e 19h30, na matriz. Na Santa Teresinha, em Oficinas, às 19 horas, na matriz, e, às 9 e 19 horas, na Paróquia Nossa Senhora do Monte Claro, no Núcleo Santa Maria. E por toda a Diocese, em paróquias e santuários, haverá celebrações com imposição de cinzas, em diferentes horários.

Mensagem

O Santo Padre inicia o texto com um versículo do Livro do Êxodo: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa da servidão”. “Assim inicia o Decálogo dado a Moisés no Monte Sinai”, escreve o Papa, acrescentando que “quando o nosso Deus se revela, comunica liberdade”.

“O povo sabe bem de que êxodo Deus está falando: traz ainda gravada na sua carne a experiência da escravidão. Como Israel no deserto tinha ainda dentro de si o Egito, também hoje o povo de Deus traz dentro de si vínculos opressivos que deve optar por abandonar. Damo-nos conta disto, quando nos falta a esperança e vagueamos na vida como em terra desolada, sem uma terra prometida para a qual tendermos juntos”, sublinha o Papa.

A seguir, Francisco recorda que “a Quaresma é o tempo de graça em que o deserto volta a ser – como anuncia o profeta Oseias – o lugar do primeiro amor. Deus educa o seu povo, para que saia das suas escravidões e experimente a passagem da morte para a vida. Como um esposo, atrai-nos novamente a si e sussurra ao nosso coração palavras de amor”.

“O êxodo da escravidão para a liberdade não é um caminho abstrato. A fim de ser concreta também a nossa Quaresma, o primeiro passo é querer ver a realidade. Também hoje o grito de tantos irmãos e irmãs oprimidos chega ao céu”, escreve o Pontífice. A seguir, Francisco pergunta: o grito desses nossos irmãos e irmãs “chega também a nós? Mexe conosco? Comove-nos? Há muitos fatores que nos afastam uns dos outros, negando a fraternidade que originariamente nos une”.

A este propósito, o Papa recorda sua viagem a Lampedusa, em 8 de julho de 2013, ressaltando que à globalização da indiferença ele contrapôs duas perguntas, que se tornam cada vez mais atuais: ‘Onde estás?’ e ‘Onde está o teu irmão?’. Segundo Francisco, “o caminho quaresmal será concreto, se, voltando a ouvir tais perguntas, confessarmos que hoje ainda estamos sob o domínio do Faraó. É um domínio que nos deixa exaustos e insensíveis. É um modelo de crescimento que nos divide e nos rouba o futuro. A terra, o ar e a água estão poluídos por ele, mas as próprias almas acabam contaminadas por tal domínio. De fato, embora a nossa libertação tenha começado com o Batismo, permanece em nós uma inexplicável nostalgia da escravidão. É como uma atração para a segurança das coisas já vistas, em detrimento da liberdade”.

Tempo de conversão

Segundo o Pontífice, “o êxodo pode ser interrompido: não se explicaria de outro modo porque é que tendo uma humanidade chegado ao limiar da fraternidade universal e a níveis de progresso científico, técnico, cultural e jurídico capazes de garantir a todos a dignidade, tateie ainda na escuridão das desigualdades e dos conflitos”.

“Deus não se cansou de nós. A Quaresma é tempo de conversão, tempo de liberdade. O próprio Jesus foi impelido pelo Espírito para o deserto a fim de ser posto à prova na sua liberdade. O deserto é o espaço onde a nossa liberdade pode amadurecer numa decisão pessoal de não voltar a cair na escravidão. Na Quaresma, encontramos novos critérios de juízo e uma comunidade com a qual avançar por um caminho nunca percorrido”, escreve ainda Francisco, ressaltando que “isto comporta uma luta: assim nos dizem claramente o livro do Êxodo e as tentações de Jesus no deserto”.

De acordo com Francisco, “mais temíveis que o Faraó são os ídolos: poderíamos considerá-los como a voz do inimigo dentro de nós. Poder tudo, ser louvado por todos, levar a melhor sobre todos: todo o ser humano sente dentro de si a sedução desta mentira. É uma velha estrada. Assim podemos apegar-nos ao dinheiro, a certos projetos, ideias, objetivos, à nossa posição, a uma tradição, até mesmo a algumas pessoas. Em vez de nos pôr em movimento, nos paralisam. Em vez de nos fazer encontrar, nos dividem”.

Porém, “existe uma nova humanidade, o povo dos pequeninos e humildes que não cedeu ao fascínio da mentira. Enquanto os ídolos tornam mudos, cegos, surdos, imóveis aqueles que os servem, os pobres em espírito estão imediatamente disponíveis e prontos: uma força silenciosa de bem que cuida e sustenta o mundo”.

“É tempo de agir e, na Quaresma, agir é também parar: parar em oração, para acolher a Palavra de Deus, e parar como o Samaritano na presença do irmão ferido”, sublinha o Papa. Segundo ele, “a oração, esmola e jejum não são três exercícios independentes, mas um único movimento de abertura, de esvaziamento: lancemos fora os ídolos que nos tornam pesados, fora os apegos que nos aprisionam. Então o coração atrofiado e isolado despertará”.

Segundo o Papa, “a forma sinodal da Igreja, que estamos redescobrindo e cultivando nestes anos, sugere que a Quaresma seja também tempo de decisões comunitárias, de pequenas e grandes opções contracorrente, capazes de modificar a vida quotidiana das pessoas e a vida de toda uma coletividade: os hábitos nas compras, o cuidado com a criação, a inclusão de quem não é visto ou é desprezado”.

“Na medida em que esta Quaresma for de conversão, a humanidade extraviada sentirá um abalo de criatividade: o lampejar de uma nova esperança”, escreve ainda o Papa, recordando as suas palavras dirigidas aos jovens da JMJ de Lisboa, no verão passado: «Procurai e arriscai; sim, procurai e arriscai. Neste momento histórico, os desafios são enormes, os gemidos dolorosos: estamos vivendo uma terceira guerra mundial feita aos pedaços. Mas abracemos o risco de pensar que não estamos numa agonia, mas num parto; não no fim, mas no início de um grande espetáculo. E é preciso coragem para pensar assim».

“É a coragem da conversão, da saída da escravidão. A fé e a caridade guiam pela mão esta esperança menina. Elas a ensinam a caminhar e, ao mesmo tempo, ela as puxa para a frente”, conclui a mensagem do Papa.

Foto: Arquivo AssCom Diocese de Ponta Grossa
Foto: Arquivo AssCom Diocese de Ponta Grossa
Das assessorias

Textos produzidos pelas assessorias de imprensa. Sejam dos órgãos públicos, de empresas da iniciativa privada ou de organizações do terceiro setor.

Artigos recentes

Preso homem que invadiu casa, agrediu a ex-mulher e ainda pegou o celular em Carambeí

Toda a agressão foi presenciada pelo filho do casal, de 7 anos. A prisão do…

% dias atrás

Falecimentos registrados em Ponta Grossa e região nesta quarta-feira (3)

Veja as notas de falecimentos das últimas 24h divulgadas pelo Serviço Funerário Municipal de Ponta…

% dias atrás

Brasil fica no empate com a Colômbia e se classifica em segundo na Copa América

Com dois empates e uma vitória, Brasil se classificou em segundo lugar no grupo D…

% dias atrás

Jovem é atropelado na região da Nova Rússia e mobiliza Siate

Vítima, de 19 anos, foi encaminhada ao Hospital São Camilo pela ambulância, com uma contusão…

% dias atrás

Mudanças no Mandato Coletivo: Guilherme Mazer disputará vaga na Câmara

Em maio, a atual porta voz do Mandato Coletivo, Josi Kieras confirmou que não será…

% dias atrás

Fecomércio promove encontro em celebração ao Dia do Comerciante

Uma palestra com um dos maiores palestrantes de negócios do Brasil, Arthur Igreja, foi transmitida…

% dias atrás

Esse site utiliza cookies.

Política de Privacidade