Trabalhadores de metalúrgica denunciam demissão em massa em PG

A Metalgráfica Iguaçu, empresa localizada em Ponta Grossa, realizou uma série de demissões recentemente, ação que afetou diversos funcionários.

Segundo relatos de uma ex-funcionária ao portal Boca no Trombone, os salários atrasados do ano passado, abrangendo os meses de agosto a dezembro, fazem parte da realidade da empresa e dos cerca de 50 funcionários demitidos.

Em 2021, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) firmou acordo de incorporação integral da Metalgráfica Iguaçu, considerada uma das grandes fabricantes de embalagens de aço para alimentos do país. As companhias informaram na época, que seria considerado valor econômico da Metalgráfica, em avaliação de empresa especializada. No caso da CSN, preço médio das ações nos últimos 30 pregões. A dívida financeira da Metalgráfica é de aproximadamente R$ 80 milhões.

O QUE DIZ O SINDICATO

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa, Claudir Messias da Rosa, revelou que existem atualmente dois processos judiciais em andamento contra a empresa. Um deles refere-se à cobrança de um período em que o FGTS não foi depositado na conta dos funcionários, e o outro se refere ao não pagamento de três meses de salários.

De acordo com Claudir, a empresa justificou as demissões devido à falta de produção. “A empresa se manifestou e alegou aquilo que ja esperávamos. Que por razões de falta de produção, teve que demitir os funcionários”, disse.

O presidente reforçou ainda que, a baixa produção da empresa já estava em observação pelo sindicato. “A falta de produção da Metalgráfica se vem de longa data, até porque hoje temos outros tipos de embalagens que estão sendo usadas mais frequentemente, como as embalagens plásticas ou longa vida e infelizmente as embalagens de lata decaíram muito na preferencia das empresas que utilizavam este tipo de embalagem”, explicou Claudir.

Ele enfatizou também que sua ação, como representante do Sindicato, se limita à assistência aos trabalhadores demitidos. “Se trata de uma questão do mercado financeiro, a empresa não tem produção suficiente para manter todos os empregados e neste caso a única coisa que podemos fazer é dar assistência aos trabalhadores para acompanhar as questões financeiras e jurídicas, ver se está sendo pago tudo corretamente e pegar os currículos desses profissionais e ajudar eles a se encaixarem em outros postos de trabalho nas empresas que estiverem contratando”, explicou.

A respeito dos pagamentos atrasados, a empresa informou ao sindicato que serão pagos junto com as rescisões. Caso isso não ocorra, os processos judiciais seguirão, abrangendo todos os trabalhadores afetados.

O Sindicato já acionou seu departamento jurídico para oferecer suporte aos trabalhadores demitidos. Eles estão acompanhando caso a caso para garantir que todas as verbas decorrentes do contrato de trabalho sejam pagas. Além disso, estão observando a situação de possíveis estabilidades de emprego, como cipeiros, trabalhadores que voltaram de auxílio-doença, acidente de trabalho e empregados em via de aposentadoria.

O portal Boca no Trombone procurou por diversas vezes a Metalgráfica Iguaçu para obter esclarecimentos e uma posição oficial sobre o caso, mas até o momento não obtivemos resposta.

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