O
ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Paulo de Tarso Sanseverino
suspendeu as peças de propaganda do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio
Lula da Silva que associam o seu adversário nas eleições, o presidente Jair
Bolsonaro, à prática de canibalismo. A decisão liminar atende a um pedido da
campanha de Bolsonaro.
O
ministro considerou que as falas de Bolsonaro gravadas em vídeo durante uma
entrevista para um jornalista estrangeiro foram tiradas de contexto. “Nessas
circunstâncias, entende-se que, na forma em que divulgadas as mencionadas falas
do candidato Jair Messias Bolsonaro, retiradas de trecho de antiga entrevista
jornalística, há alteração sensível do sentido original de sua mensagem”, diz
Sanseverino na decisão.
No
vídeo, Bolsonaro afirma que durante uma visita a uma comunidade indígena, se
dispôs a participar de um ritual em que, segundo ele, um indígena morto seria
cozinhado e servido com bananas. “É a cultura deles… e eu me submeti àquilo”,
diz Bolsonaro no vídeo original da entrevista, conforme transcrição que conta na
liminar.
Para
o ministro, as declarações do candidato dizem respeito a um contexto
específico. “A reportagem se refere a uma experiência específica dentro de uma
comunidade indígena, vivida de acordo com os valores e moralidade vigentes
nessa sociedade”, afirma na decisão.
Sanseverino
determinou que a propaganda pare de ser veiculada na TV ou nas páginas e redes
sociais da campanha do PT.