A posse dos vereadores, prefeito e vice-prefeito de Figueira, realizada nesta quarta-feira (1º), foi marcada por graves acusações envolvendo a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal para o biênio 2025-2026. Jadher Diniz, vereador e candidato inicial à presidência da Casa, relatou um episódio de possível corrupção durante o processo de formação das chapas.
Segundo Diniz, em outubro de 2024, uma reunião entre os vereadores Agda Alves, João Trevisan (Moderninho), Carlos (Polaco) e Valdecir (Leãozinho) definiu a composição da Chapa 1 para a Mesa Diretora, com os seguintes cargos:
- Presidente: Jadher Diniz
- Vice-Presidente: Carlos (Polaco)
- 1º Secretário: João Trevisan (Moderninho)
- 2º Secretário: Agda Alves
Após o falecimento do vereador Carlos (Polaco), em novembro de 2024, a chapa foi ajustada, substituindo o vice-presidente pelo suplente Amarildo Pereira, mantendo os demais cargos.
No entanto, Diniz afirma que, em dezembro, o vereador João Trevisan revelou ter recebido ofertas de “quantias altas” para abandonar a Chapa 1 e apoiar uma nova composição liderada por Odair José (Pombo). Diniz registrou a conversa e trouxe duas testemunhas como forma de documentar a denúncia.
Mudança inesperada e formação de nova chapa
No dia da posse, o vereador Odair José protocolou um documento oficializando a desistência de João Trevisan da Chapa 1. A declaração foi baseada no regimento interno da Câmara, que proíbe um vereador de concorrer a mais de uma chapa, mas gerou questionamentos sobre a validade e ética do processo.
Com a mudança, a nova Chapa 1 foi composta da seguinte forma:
- Presidente: Odair José (Pombo)
- Vice-Presidente: Tiago Marcelo (Soró)
- 1º Secretário: Wyllys (Zi)
- 2º Secretário: João Antonio (Moderninho)
Em resposta, Diniz e seus aliados formaram a Chapa 2, com os seguintes membros:
- Presidente: Jadher Diniz
- Vice-Presidente: Valdecir (Leãozinho)
- 1º Secretário: Agda Alves
- 2º Secretário: Amarildo Pereira
A votação, conduzida pelo presidente interino, resultou na vitória da Chapa 1 de Odair José.
Ações legais e apelo à transparência
Jadher Diniz afirmou que entrará com uma representação no Ministério Público para investigar as denúncias de corrupção e as irregularidades apontadas no processo. Ele destacou que a suposta tentativa de compra de votos representa uma violação ao Código Penal e pediu que todos os envolvidos sejam responsabilizados.
“Não compactuo com falcatruas e honro minha palavra. Farei tudo o que for necessário para que a verdade prevaleça e para que o povo de Figueira saiba de tudo o que aconteceu”, declarou Diniz.
A situação expôs uma crise política na Câmara de Figueira logo no início do ano, gerando indignação entre a população e colocando os envolvidos sob investigação pública.