Um caso de racismo que ocorreu no Colégio Cívico-Militar Dr. Epaminondas Novaes Ribas, na manhã de hoje (07), foi levado à delegacia, após a diretora chamar a polícia. Um aluno proferiu ofensas de cunho racista contra outro estudante de 15 anos.
A vítima conversou com o Portal BNT e relatou que estava no corredor do Colégio quando o outro menino se aproximou e falou para a professora: “encontrei um escravo aqui”. Ainda, o adolescente contou que está não é a primeira vez que as ofensas aconteceram. “Me chamam de pretinho, de macaco, essas coisas”, desabafou.
Ao ser questionado se ele relatava os casos de racismo a direção do colégio, o mesmo disse que não. “Eu já sofri bastante e já nem ligo muito, é comum”, conta o jovem. Acompanhado dos pais na delegacia, o estudante pede para que as pessoas “parem com essas coisas assim” e por mais respeito.
NA POLÍCIA
Em primeiro momento, a vítima e o acusado foram encaminhados para a 13º SDP, juntamente com os responsáveis, onde foram ouvidos. O caso, agora, segue para a Delegacia do Adolescente de Ponta Grossa, o delegado Fernando Vieira detalhou a reportagem o procedimento que será adotado: “Houve o registro de um boletim de ocorrência circunstanciada em relação a essa situação. Os adolescentes envolvidos já foram ouvidos em sede policial. Entendo que ficou caracterizado o ato infracional de injúria racial, em razão de um comentário de cunho racista, e o procedimento agora será encaminhado à Vara da Infância e Juventude”.
Ainda, Vieira conta que nestes casos o adolescente autor, de 17 anos, responde por ato infracional equiparado a crime. “Quem responde é o próprio adolescente”, confirmou o delegado.
POSICIONAMENTO DO COLÉGIO
Conversamos com o Núcleo Regional de Educação (NRE) a respeito do posicionamento da escola sobre o incidente de racismo no Colégio Epaminondas. Em nota oficial o NRE informoi que “imediatamente após notificação da situação pela professora responsável, a direção da escola acionou o Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária (Bpec), que compareceu à instituição e lavrou Boletim de Ocorrência. Os pais dos estudantes envolvidos foram convocados e, posteriormente, a direção da escola e os responsáveis foram encaminhados à 13ª Subdivisão Policial (13ª SDP) para o registro formal da denúncia”.
O Núcleo, também, contou que o aluno, vítima da agressão racial, receberá suporte psicológico adequado, enquanto o aluno agressor será submetido às medidas pedagógicas apropriadas.
“A Seed-PR esclarece que não possui competência para adotar medidas coercitivas ou aplicar penalidades criminais, restringindo-se sua atuação à prestação de orientações de caráter pedagógico e aplicação de medidas disciplinares educativas. Questões legais e penais decorrentes de situações como a ocorrida são de responsabilidade das autoridades policiais, que possuem a competência para conduzir as investigações e aplicar as sanções cabíveis dentro do âmbito legal”, finalizou.