Era um aperto que vinha e que voltava. Era como se fosse nada, mas de mim não se intimidava. Quase sempre me sobrepujava, era dor que evocava. Mas, a voz ficava embargada, não queria seguir embarcada, por outras marés transportadas. Era momento de permanecer calada, a pele agora desbotada, como da vida a metade arrancada. O coração batia e sofria com ondas que vinham, tomavam conta, inundavam aquela costa-terra-vida-de-alguém que perdeu outro alguém. Um palpitar acelerado que vem em profundo aperto. Um grito de pássaro estranho, outro responde distante, quero-quero mais vida e menos aflição. Um beija-flor vem, também tem coração em palpitação. Aves que gritam, vento que sopra, peito que se aflige pelo amor de até nunca mais. Pelo amor de tempos que agora ficam para trás. Um aperto no peito que parece nunca mais acabar e que veio para ficar…
Autoria: Renata Regis Florisbelo