A Secretaria de Saúde do município de Ipiranga se comprometeu a adotar as medidas necessárias para formalizar os documentos do Hospital Municipal de Ipiranga, nos Campos Gerais, para que continue em pleno funcionamento.
Foram realizadas inspeções pela equipe multidisciplinar da 3ª Regional de Saúde e Polícia Científica do Paraná nos dias 21, 25 e 26 de junho. Isso ocorreu após vir à tona denúncias sobre o Hospital, que correm em sigilo no Ministério Público do Paraná (MPPR). Além da unidade estar com a documentação de ‘Alvará de Licença’ e ‘Licença Sanitária’ vencidos.
As informações obtidas pela reportagem apontam, ainda, que as denúncias correspondem a casos de medicamentos vencidos, furto de medicação controlada dentro do Hospital, confirmadas pela Secretaria de Saúde do Paraná. A qual disse que “avalia as consequências do funcionamento do Hospital, afim de eliminar ou reduzir os riscos sanitários”.
A reportagem buscou a SESA para saber a atualização do caso: “a inspeção foi realizada nas datas de 25 e 26 de junho pela equipe multidisciplinar da 3ª Regional de Saúde, que está concluindo o relatório de inspeção, conforme trâmite padrão da Vigilância Sanitária. Todos os documentos lavrados em decorrência de uma inspeção são entregues ao responsável técnico ou representante legal do estabelecimento em questão”, disse, sem mais detalhes.
A secretária de Saúde do município, Elizete Gobel Vieira, conversou com o Portal BNT e informou que “as medidas necessárias estão sendo tomadas”. E explicou que assim que tiver um parecer final entrará em contato.
O prefeito de Ipiranga, Douglas Modesto, havia ressaltado que “cada setor tem o seu responsável. Inclusive, na farmácia do Hospital tem a responsável técnica, por dispensar medicação […] para que tudo funcione bem dentro das normas”, e completou que quando soubemos da denúncia tomou atitude abrindo um procedimento para investigação.
Relembre o caso: Hospital é denunciado por medicamentos vencidos e operar sem licença
A farmacêutica responsável técnica do Hospital, através das redes sociais, se pronunciou sobre o caso, alegando que a situação é complicada e que trabalha fazendo malabarismo para não faltar nada. “Peguei férias e não é colocado nenhum funcionário no meu lugar. […]. Então, se informem antes de falar. Eu peço um auxiliar de farmácia para me ajudar há dois anos e meio. Sim, falta de tudo, falta material, falta remédio, falta seringa, faltou até soro que consegui de um Hospital vizinho que tenho contatos. Vocês não sabem o malabarismo que fiz para conseguir ir emprestando tudo desde janeiro”, desabafou.
“Os fiscais da 3º Regional me falaram que é humanamente impossível fazer tudo a burocracia, a parte administrativa de compras e, ainda, conferir todo o almoxarifado de materiais e medicamentos. Então vocês que se informem se é só um funcionário num Hospital inteiro com 3,4 setores para cuidar sozinho”, continuou a farmacêutica.
Ainda, na postagem, a responsável técnica do Hospital relatou que teve que se virar nestes dois anos e meio, “só emprestando daqui, devolvendo dali, trocando de lá”. A mensagem finaliza com a informação de que existem mais fatos e tem testemunhas para confirmar.
Texto por Kauana Neitzel