A votação de um projeto de Lei que tornaria a curucaca como ave-símbolo de Ponta Grossa gerou uma discussão entre os vereadores na Câmara nesta segunda (12).
O projeto de Lei 49/2023, de autoria de Dr. Erick, considerava tornar a curucaca como ave-símbolo da cidade, visando criar um projeto pedagógico e educacional para ampliar os conhecimentos sobre esta espécie de ave típica da regiao.
Após apresentar a proposta, o vereador Felipe Passos pontuou que a ave considerada símbolo de PG seria a pomba, já que está no brasão e na bandeira da cidade, além de fazer parte da lenda de criação do município.
Porém, Dr. Erick rebateu alegando que a pomba é um animal invasor (não-nativo) e que transmite doenças. Com isso, gerou-se um debate de qual ave tem mais mérito de se tornar símbolo de PG.
Na contramão do projeto, os vereadores Bianco e Missionária Adriana citaram que a pomba é também um símbolo do Espírito Santo. “Ponta Grossa é um território de cristãos, por isso a pomba deve ser a ave-símbolo da cidade, já que traz leveza e a presença do cristianismo”, disse Adriana.
Em seguida, o vereador Júlio Kuller pediu vistas de 30 dias, alegando que seria “um projeto que demanda bastante discussão”.
Com a discussão indo para o lado religioso e histórico, com vários pontos em questão sobre o projeto, Dr. Erick fez duras críticas e classificou como vergonhosa a atuação da Câmara.
“Eu fico pasmado aqui com pastores falando que uma ave pomba, transmissora de doenças urbanas e respiratórias, é o símbolo do cristianismo, trazendo o fundamentalismo religioso para o debate. Que vergonha participar desta Casa, que vergonha de ser vereador em um local que dizem que demanda muita discussão um projeto educacional e recreativo. Temos vereadores que passam por cima da ciência, do bom senso, tudo em nome da religião e de um projeto político pessoal”, disse.
Dr. Erick também acusou os vereadores de conspiração contra o projeto por conta de um voto contrário a uma moção de apoio feita por Bianco a Marcelo Crivella, deputado federal cassado pelo TSE, há duas semanas.
Diante disso, após muita discussão sobre o mérito da religião nos debates da Câmara, o vereador Júlio Kuller retirou o pedido de vistas e o projeto foi votado e rejeitado por 10 x 6.
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