Ponta Grossa

Aumento da Cesta Básica em Ponta Grossa: Preços Sobem e Impactam o Orçamento das Famílias

Em meio à alta generalizada dos preços, muitos consumidores têm adotado estratégias para reduzir os impactos no orçamento familiar, como a substituição de produtos

Na manhã desta quinta-feira (10), o economista Alexandre Lages, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), concedeu uma entrevista ao BNT NEWS para falar sobre o aumento expressivo da cesta básica em Ponta Grossa. Em uma análise detalhada, Lages destacou a pressão dos preços sobre o consumidor local, que está cada vez mais impactado pela alta dos produtos essenciais.

Escalada de Preços e o Impacto no Orçamento Familiar

Durante a entrevista, o economista foi claro ao apontar que a situação não é favorável. “A última inflação foi muito alta e os aumentos de preços não são novidades. Estamos observando uma escalada de aumentos devido a fatores como o dólar e questões internacionais”, afirmou. Lages ainda ressaltou que, pela primeira vez, o custo da cesta básica em Ponta Grossa ultrapassou a marca dos R$1.000, alcançando o valor de R$1.003,87, um aumento de 4,28% em apenas um mês.

Este aumento é particularmente significativo para aqueles que vivem com um salário mínimo, já que 66,13% da remuneração vai diretamente para a compra de itens básicos de alimentação. Lages destaca que, além da alimentação, as famílias precisam lidar com outros custos essenciais, como moradia e transporte, o que torna a situação ainda mais desafiadora.

Produtos com Aumentos Expressivos: O Tomate e Outros Itens em Alta

Ao comentar sobre os produtos que mais impactaram as famílias, o economista destacou que dos 33 itens pesquisados na cesta básica de Ponta Grossa, 23 apresentaram aumento de preço. “Historicamente, isso não é comum. Geralmente, temos uma divisão entre produtos que sobem e outros que caem. Mas, neste mês, a grande maioria dos produtos aumentou de preço”, afirmou Lages. O aumento mais alarmante foi o do tomate, que subiu 88,33%, um reflexo da sazonalidade da safra, mas também das condições climáticas e da oferta e demanda do produto. Outros itens que subiram consideravelmente foram os hortifrúti, com aumento de 9,45%, e as carnes, com uma alta de 5,12%.

Além dos alimentos, os produtos de higiene e limpeza também tiveram aumentos significativos, com o grupo de higiene apresentando alta de 5,09%. O único grupo que teve aumento mais moderado foi o de limpeza, com uma elevação de 1,79%.

Substituições e Dificuldades para o Consumidor

Em meio à alta generalizada dos preços, muitos consumidores têm adotado estratégias para reduzir os impactos no orçamento familiar, como a substituição de produtos. Lages, porém, questiona a viabilidade dessas substituições. “A substituição nem sempre é possível, especialmente quando se trata de alimentos essenciais, como o arroz, o óleo e o café. Produtos como tomate e batata, por exemplo, são difíceis de substituir sem comprometer a qualidade nutricional da alimentação”, comentou o economista.

Para Lages, mesmo a substituição por produtos mais baratos nem sempre é uma solução eficaz, pois os aumentos afetam a maioria dos itens essenciais de consumo diário. “No caso de produtos como café, o aumento foi de 60% no ano passado, e o óleo também teve uma alta significativa. A substituição por produtos como margarina ou banha não é uma solução viável para a maioria das famílias”, completou.

Perspectivas para os Próximos Meses: Alta Persistente, Mas Menos Intensa

Ao ser questionado sobre as perspectivas econômicas para o curto, médio e longo prazo, Lages foi cauteloso. Ele destacou que, apesar de uma previsão de aumento de safra e algumas acomodadas no preço de produtos, a tendência de alta persiste. “Historicamente, podemos esperar uma alta nos preços, embora não com a intensidade do último mês. No entanto, a inflação continua sendo uma preocupação constante”, afirmou o economista.

Ele também alertou para a possibilidade de um alívio pontual nos preços, com algumas quedas temporárias, mas que, de forma geral, os preços continuarão subindo. Para os consumidores, a recomendação é aproveitar as promoções e comprar produtos em maior quantidade quando possível, dado o cenário econômico desafiador.

Conclusão: Desafios Persistentes para as Famílias

A entrevista de Alexandre Lages ilustra a dificuldade crescente que as famílias em Ponta Grossa e em todo o Brasil enfrentam com o aumento constante dos preços dos produtos essenciais. A pressão sobre os orçamentos, especialmente para aqueles que vivem com o salário mínimo, continua sendo um dos maiores desafios da economia brasileira. O economista alerta que, embora a previsão seja de alguns alívios temporários, os consumidores devem se preparar para a continuidade da inflação e buscar alternativas para minimizar os impactos no dia a dia.

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