Em uma análise contundente da segurança pública brasileira, o cenário atual é descrito como uma realidade mais alarmante do que a obra “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri. As palavras de especialistas indicam que o Brasil enfrenta um colapso nas instituições responsáveis pela segurança, refletindo um estado de corrupção, violência e degradação institucional sem precedentes.
Três incidentes recentes destacam essa falência. O primeiro deles ocorreu no aeroporto de Guarulhos, onde um homem que colaborava com investigações sobre crimes organizados foi executado em plena luz do dia. O fato de que sua proteção teria sido feita por policiais militares contratados por ele mesmo levanta sérias questões sobre a confiança nas forças de segurança e suas conexões com o crime organizado.
Inocentes também foram vitimados nesse ataque, incluindo um motorista de aplicativo que perdeu a vida no dia seguinte. Este evento não pode ser simplesmente rotulado como um “acerto de contas”; na verdade, expõe a falta de uma lógica legal que defina quem vive ou morre no Brasil, onde o dinheiro e as relações ilícitas prevalecem sobre os princípios republicanos.
O segundo episódio se refere à prisão de quatro oficiais de alta patente do Exército e um policial federal sob suspeita de conspirar para assassinar altos membros do governo brasileiro. Este caso evidenciou a fragilidade do controle civil sobre as Forças Armadas e suscita questionamentos sobre as intenções por trás dessas ações. É fundamental que a identidade dos envolvidos seja revelada e que sejam responsabilizados por seus atos.
A gravidade da situação é acentuada por um recente atentado terrorista na Praça dos Três Poderes, o qual parece ser parte de uma série de ataques que desafiam a estabilidade das instituições brasileiras. A ideologia por trás desses atentados — possivelmente vinculada a uma retórica extremista que busca deslegitimar opositores políticos — precisa ser investigada para entender melhor a motivação por trás dessa violência crescente.
Por fim, o terceiro elemento em questão é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo governo Lula. Apesar do alarde em torno da proposta, especialistas apontam que ela ignora os principais problemas estruturais que afligem a segurança no país, como a expansão dos mercados ilegais e a corrupção nas polícias. Além disso, não aborda o papel das Forças Armadas nas atividades de segurança pública, perpetuando uma estrutura falida.
A PEC parece mais uma tentativa de legitimar uma militarização ainda maior das forças policiais do que uma solução efetiva para os desafios enfrentados pela segurança pública no Brasil. O fortalecimento do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) se torna questionável diante desse panorama.
O governo Lula ainda demonstra uma incapacidade significativa para lidar com as questões mais prementes da segurança pública, parecendo agir sob pressão das dinâmicas existentes em vez de implementar reformas necessárias. A criminalização da política e o lucro gerado pela insegurança pública são realidades que se interconectam, criando um ciclo vicioso onde o medo é explorado para ganho político.
Neste contexto sombrio, há vozes dissidentes tanto dentro quanto fora das instituições, lutando contra essa opressão institucionalizada. Contudo, resta saber até quando esses defensores da ordem democrática conseguirão resistir ao clima de insegurança e desconfiança que permeia o Brasil atualmente.
