“Ser catequista é uma vocação. A vocação, a resposta a um chamado. Um desafio de amor. De um amor incondicional, sem medir as consequências. Ser catequista é, ao mesmo tempo, ser testemunha, mestre e mistagogo, um acompanhador e pedagogo, que instrui em nome da Igreja”. As impressões são do bispo Dom Bruno Elizeu Versari, que falou aos candidatos indicados pelas paróquias para o tempo de formação de um ano com vistas à instituição do Ministério do Catequista. O encontro de abertura desta etapa aconteceu no sábado (26), na Paróquia São Cristóvão, em Ponta Grossa, reunindo 94 catequistas, de todos os Setores da Diocese.
“Será um tempo de formação e de discernimento, para percebermos quais os catequistas desse grupo que realmente são vocacionados ao Ministério instituído. Estar no grupo não indica instituição automática. É preciso fazer o caminho necessário e estar dentro dos critérios que a Igreja pede. Pode ser que, durante a preparação, alguns percebam que não têm esse chamado”, esclareceu a coordenadora diocesana da Pastoral de Animação Bíblico-Catequética, Flávia Carla Nascimento. “Será também um tempo de discernimento do bispo, conforme orientam os documentos da Igreja, a respeito da vocação dos indicados”, acrescentou.
Cada paróquia indicou de um a três catequistas. Segundo a coordenadora, nem todas as paróquias indicaram pessoas devido aos vários critérios existentes. “Os padres receberam uma lista de critérios, que foi entregue na reunião geral do clero. E nem todos os párocos consideraram que tinham catequistas que se enquadravam nesses critérios”, justificou Flávia. Essa foi a primeira formação. Há mais três encontros marcados para este ano e, ano que vem, mais outros três: em fevereiro, março e abril. “Em abril de 2026, haverá um retiro, segundo orienta o Documento 112 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para o encerramento da preparação. A instituição está prevista para o dia 10 de maio de 2026 para coroar esse caminho de ‘formação imediata’ dentro da programação festiva do centenário da Diocese”, informou.
“Os catequistas estão muito alegres. Vínhamos já preparando o coração deles, desde a publicação do Motu Proprio ‘Antiquum Ministerium’ do Papa Francisco, no dia 10 de maio de 2021. Foram quatro anos refletindo, estudando os documentos, ajustando a caminhada para dar esse passo. Dom Bruno deu todo o apoio, impulsionou e demos esse ‘start’, agora, para prepará-los até abril do ano que vem a fim de serem instituídos, em maio. Durante essa primeira etapa da formação imediata entregamos aos catequistas um texto para leitura e reflexão sobre os documentos da Igreja que falam do Ministério. Ao lerem e estudarem, em grupo, revisaram os critérios, o que implica, o que a Igreja espera desse Ministério… Com certeza muitas perguntas ainda irão surgir, mas esclareceremos durante o processo formativo”, comentava Flávia, referindo-se ao segundo momento da formação de sábado.
Dom Bruno
O bispo Dom Bruno fez questão de conduzir essa primeira etapa da formação. Ele conversou com os catequistas, reforçando que a missão de cada um não consiste em ser ‘professor de Catequese’. O catequista, conforme o bispo, é alguém que está disposto, que se coloca a serviço da evangelização, por vocação. Tem de estar familiarizado com todos. “É um discipulado que inquieta o coração. Uma resposta dada passo a passo, como a formação de um padre: é longa e respondida passo a passo. É bom que vocês tenham claro a diferença entre devoto e discípulo. Vocês têm que fazer discípulos. Caso contrário, a fé fica muito frágil”, orientou.
“A principal atividade do catequista é motivar a comunidade para a evangelização. A missão é evangelizar. Pode evangelizar as crianças, os adolescentes, os jovens, os adultos onde eles estiverem, mas é necessário que saibam o básico: que tenham noção de Bíblia, de Liturgia, da organização da Igreja, dos itinerários para o Batismo, para o Matrimônio, da celebração das missas e da Palavra, da Catequese de adultos… Saber como que a Pastoral passa por esse caminho”, detalhou Dom Bruno. Para os que estão iniciando na Catequese o processo de preparação dura cinco anos. A comunidade vai apontando candidatos e os padres poderão apresentá-los também, informou. “Uma vez instituído, é para a vida toda”, frisou o bispo.
De acordo com Dom Bruno, o Ministério será delegado por um período de três ou quatro anos. Para continuar, terá de ser renovado e a condição para renová-lo é estar participando dos encontros. “A formação acompanha o Ministério”, garantiu.
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