Uma pesquisa recente realizada pelo instituto Genial/Quaest revelou que a desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcançou 56% da população, enquanto a aprovação é de apenas 41%. Este índice representa o maior nível de desaprovação desde o início da série histórica do levantamento, iniciado em abril de 2023.
Comparando com dados anteriores, observa-se uma queda significativa na aprovação. Em janeiro deste ano, a desaprovação estava em 49%, superando pela primeira vez a aprovação, que era de 47%. No mês de dezembro, a gestão Lula contava com uma aprovação de 52%, contra 47% de desaprovação.
A pesquisa indica uma perda de apoio entre grupos que tradicionalmente apoiaram o presidente. Isso inclui eleitores da região Nordeste, mulheres, pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos, indivíduos com baixa escolaridade e cidadãos identificados como pretos e pardos. Além disso, muitos avaliadores consideram a administração atual menos eficaz do que a de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
Analisando os dados regionais, observa-se que a aprovação ao governo é superior à desaprovação apenas no Nordeste. No entanto, essa tendência tem mostrado um declínio desde outubro passado: naquela época, 69% dos nordestinos aprovavam o governo, enquanto agora esse número caiu para 52%, com a desaprovação subindo para 46%.
Entre as mulheres, pela primeira vez, a desaprovação (53%) supera a aprovação (43%). A faixa etária entre 16 e 34 anos também apresenta um aumento acentuado na desaprovação: em dezembro, essa faixa tinha uma desaprovação de 50% e uma aprovação de 48%. Já em março deste ano, os números mudaram drasticamente para 64% e 33%, respectivamente.
No que tange à escolaridade, apenas aqueles sem instrução ou que não completaram o ensino fundamental apresentam um índice de aprovação superior. Contudo, mesmo nesse grupo, a taxa de aceitação tem mostrado uma tendência de queda desde o ano anterior.
Em relação à renda, a pesquisa aponta que a aprovação entre aqueles que ganham até dois salários mínimos diminuiu significativamente: passou de 63% em dezembro para 52% em março. Durante o mesmo período, a desaprovação aumentou de 34% para 45%.
Entre os católicos, os índices estão empatados em 49% tanto para aprovação quanto para desaprovação. No caso dos evangélicos, a avaliação é bastante negativa: apenas 29% aprovam a gestão Lula, enquanto 67% desaprovam. Entre os pretos e pardos, as taxas de desaprovação superam as de aprovação: 51% e 52%, respectivamente.
A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 31 de março com uma amostra de 2.004 entrevistados e possui margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, além de um nível de confiança de 95%.
No geral, apenas 27% dos entrevistados avaliam positivamente o governo Lula, enquanto 41% têm uma visão negativa e 29% consideram sua administração regular. Em comparação com dados anteriores, em janeiro a avaliação positiva era de 31%, enquanto a negativa era de 37%.
Ademais, um expressivo percentual (53%) dos entrevistados acredita que esta terceira gestão está pior do que os dois mandatos anteriores do presidente entre 2003 e 2010. Apenas 20% consideram que está melhor e outros 23% acham que é igual aos mandatos passados.
Notavelmente, pela primeira vez na pesquisa, um número maior (43%) acredita que a gestão atual é inferior à do ex-presidente Bolsonaro. Enquanto isso, apenas 39% avaliam positivamente em comparação à administração anterior e 15% acreditam que são equivalentes.
Além disso, uma ampla maioria (81%) dos entrevistados opina que Lula deve adotar novas estratégias até o término do seu mandato em dezembro de 2026. A percepção negativa em relação ao governo se estende também às intenções do presidente; para cerca de 47%, ele não está agindo com boas intenções e apenas 44% acreditam que suas intenções são genuínas. Por fim, impressionantes 71% consideram que Lula não está cumprindo as promessas feitas durante sua campanha eleitoral em 2022.
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