Em discurso na sessão plenária desta quarta-feira (29), o
deputado estadual Soldado Fruet (PROS) repudiou a distribuição de mais de R$
1,8 bilhão em dividendos e juros sobre o capital próprio que a Copel fará aos
seus acionistas nesta quinta-feira (30) e destacou que “duas simples
assinaturas do governador podem reduzir as contas de luz de todos os
paranaenses, do mais humilde ao maior empresário, do menor comércio à maior
indústria”.
“Fica nossa repulsa a mais esse ato absurdo da Copel, a
distribuição de R$ 1,8 bilhão que pertencem ao povo paranaense para acionistas
da empresa”, afirmou o parlamentar. Ele ainda questionou por que os
paranaenses, que são os donos da Copel na propaganda, não recebem nada.
“Simples: nada recebemos porque, para o Governo, só servimos
para pagar contas cada vez mais altas e assim garantir os milionários salários
dos diretores e os bilionários dividendos aos acionistas, em sua maioria
grandes empresários e fundos de pensão pertencentes a bilionários”, disse.
O deputado ressaltou que, após a repercussão de uma denúncia que
fez em plenário, felizmente, o governador Carlos Massa Ratinho Junior cancelou
os bônus de quase R$ 4 milhões que seriam pagos aos diretores da Copel, que são
indicados pelo chefe do Executivo. “São milhões para cá, bilhões para lá e o
povo do Paraná sofrendo para pagar religiosamente, mês após mês, suas contas de
luz cada vez mais pesadas”, comentou.
Soldado Fruet já mostrou diversas vezes que a energia elétrica
pode ser mais barata no Paraná: “basta que o lucro, ao invés de ir para os
bolsos de bilionários e para o cofre do Estado, seja utilizado na redução das
contas”. Segundo ele, é legal reduzir o repasse aos acionistas para 25% do
lucro, mas o Governo do Estado insiste em pagar 65% do lucro aos acionistas. O
deputado também reiterou que o STF já decidiu ser legal a cobrança de ICMS
sobre a energia como serviço essencial, ou seja, reduzir a alíquota de 29% para
18%.
De acordo com ele, todos ganhariam se o governador oficializasse
essas medidas, inclusive o Governo, pois o dinheiro que sobraria seria usado
pelos paranaenses em outras compras e serviços, gerando impostos para o Estado
da mesma forma.