Ponta Grossa

Espetáculo sobre a Cultura Negra fará temporada por Ponta Grossa

Eventos gratuitos acontecem ao longo do mês de junho em diferentes espaços educacionais e culturais de Ponta Grossa, abertos para o público interno e externo

A cidade de Ponta Grossa receberá uma temporada do espetáculo “Carolinas – É tempo de se aquilombar”, que mergulha nas profundezas da condição negra no Brasil. Concebida, escrita, dirigida e interpretada pela atriz e dramaturga Ligiane Ferreira, a peça é um monólogo inspirado na obra “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada”, de Carolina Maria de Jesus.

“Carolinas…” é um tecido entrelaçado de memórias, que não apenas homenageia a aclamada escritora brasileira, mas também traça paralelos com as vivências do pai de Ligiane, seu Wilson, e seus antepassados, habitantes do quilombo da Colônia Sutil, em Ponta Grossa. Essa fusão entre passado e presente convida o público a refletir sobre as lutas, glórias e dores da população negra no país, além de explorar o poder dos sonhos e da identidade.

A peça será apresentada em diferentes espaços educacionais e culturais de Ponta Grossa, entre eles colégios como o Instituto de Educação e Meneleu de Almeida Torres, além de tradicionais centros culturais como o SESC Estação Saudade e a UEPG, campus Central.

O Espetáculo

Ligiane Ferreira, em sua performance solo, não apenas interpreta, mas compartilha experiências pessoais, tecendo uma narrativa autêntica e cativante. A inclusão das memórias de família ressalta a urgência de reconhecer e valorizar os conhecimentos e sabedorias ancestrais.

Desde sua concepção em 2017 e estreia em 2018, “Carolinas – É tempo de se aquilombar” tem percorrido diversos espaços culturais, escolas e instituições, proporcionando ao público uma experiência imersiva e reflexiva sobre a rica herança cultural e as lutas históricas do povo negro no Brasil.
O espetáulo é apoiado Lei de Incentivo à Cultura Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, pela Secretaria de Cultura de Ponta Grossa.

Carolina Maria de Jesus: Uma Vida de Resiliência e Arte

Antes de se tornar uma renomada escritora internacionalmente reconhecida, Carolina Maria de Jesus era uma mulher negra, moradora de favela, cuja voz foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas. Encontrados nos cadernos velhos que ela catava no lixo para sustentar seus três filhos, seus primeiros escritos capturaram a atenção de Dantas, lançando-a para os holofotes da literatura.

A obra de Carolina Maria de Jesus transcende barreiras geográficas e temporais, sendo traduzida para mais de 16 idiomas e servindo como um poderoso testemunho das realidades sociais e culturais do Brasil. Seu legado continua a inspirar gerações, promovendo a reflexão e o diálogo sobre questões fundamentais de justiça social e igualdade.

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