Em Guarapuava (PR), estudantes do Colégio Estadual Professor Pedro Carli, escola de Ensino Médio Integral, criaram o “Climatize-se”, um projeto que busca discutir emergências climáticas, assim como a conscientização ambiental e social. Graças à essa iniciativa, dois alunos foram selecionados para participar do Fórum Latino-americano de Jovens pelo Clima, que ocorreu em setembro deste ano, em Santiago, no Chile.
Os selecionados foram Suellen de Oliveira, da 2ª série do ensino médio, e Kaio Kuster Araujo, do 8º ano do ensino fundamental, para representar o colégio e divulgar o trabalho realizado. A seletiva aconteceu em três etapas: uma redação sobre o tema, uma apresentação para a banca avaliadora e uma entrevista com um professor da Unicentro – Universidade Estadual do Centro-Oeste, instituição que intermediou o processo.
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Segundo a professora de Ciências e Biologia, Katiane dos Santos, o projeto conseguiu chamar a atenção de diversos alunos e devido a esse interesse, a escola buscou desenvolver atividades transdisciplinares, seguindo a metodologia proposta pelo GYPC – Pacto Mundial de Jovens pelo Clima.
“Iniciamos o projeto com reuniões semanais durante o intervalo de almoço para reunir os discentes do ensino médio a outras turmas. A partir dessa formação, escolhemos um tema gerador para desenvolver as ações de mitigação e adaptação, dentro da realidade dos estudantes, da escola e da comunidade. O tema gerador escolhido foi Escola Sustentável”, conta Katiane.
Eletiva e protagonismo juvenil no Ensino Médio Integral
Os trabalhos surgiram dentro de uma eletiva da escola e fazem parte do currículo diversificado do Ensino Fundamental e Médio Integral. O modelo busca centralizar o processo de aprendizagem nos jovens, incentivando o ensino de forma ativa e colaborativa, assim como estimula a conexão das disciplinas através de propostas extracurriculares e ações que extravasam o âmbito escolar, atingindo também a comunidade.
No colégio, já existia o desenvolvimento de uma horta escolar, coordenada por outro professor. Então a professora Katiane e os estudantes começaram a transdisciplinaridade, criando iniciativas para aumentar produção e diminuir os custos.
“Entre as alternativas que os nossos protagonistas propuseram, estão: 1. produção de uma cisterna, para reduzir o consumo de água para a irrigação da horta; 2. uma composteira, para aproveitar os resíduos orgânicos que sobram do almoço e produzir adubo para ser utilizado nos plantios; 3. um meliponário de abelhas nativas, com intuito de preservar a biodiversidade e intensificar a produção devido ao aumento da polinização; 4. campanhas de sensibilização, para alcançar alunos, professores e funcionários sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável”, explica a professora.
Aprendizado na prática
Para a estudante Suellen de Oliveira, a participação no projeto foi uma excelente oportunidade de colocar em prática conceitos aprendidos e ver o resultado de algo criado diretamente por eles. “Minha experiência na viagem para o Fórum no Chile foi algo bastante novo pra mim, onde pude conhecer muito de outra cultura e, principalmente, visualizar o quanto o nosso trabalho foi uma experiência única e inovadora para a minha formação”, relata.
Suellen ainda reforça que para ela “o Ensino Médio Integral acrescenta um diploma melhor e mais proveitoso à vida das pessoas, capacitando os jovens a terem um conhecimento mais aprofundado sobre os conteúdos diversos e uma formação mais ampla para o futuro”, finaliza.
Tempo Integral
Atualmente, o Paraná conta com 253 escolas de Educação em Tempo Integral, sendo 44 de ensino médio, 96 de ensino fundamental e 113 que contemplam as duas modalidades. No que se refere a esse modelo, o estado tem com colégios agrícolas, colégios que ofertam o curso de formação de docentes do novo ensino médio, colégios do programa Paraná Integral (que ofertam educação integral em tempo integral) entre outros.