Nesta quarta-feira (27), a partir das 10 horas, a família do empresário Guilherme de Quadros Becher, de 32 anos, morto a tiros na quarta-feira (20), presta depoimento na 13ª SDP de Ponta Grossa e novos esclarecimentos devem ser divulgados. O empresário foi morto durante uma discussão com o presidente da Câmara de Castro e vereador, Miguel Zahdi Neto (Neto Fadel), em um condomínio de chácaras.
Para a reportagem do Portal Boca no Trombone, o advogado da família da vítima, José Jairo Baluta disse que vão prestar depoimentos os pais, o irmão, a esposa e testemunhas. Sobre uma possível prisão do autor disse que “o assunto é delicado porque sem o flagrante só restaria a preventiva que tem critérios e requisitos complexos. A família deseja que ele seja preso e vai depender mais do Ministério Público agora e depender do desenvolvimento do inquérito”. O advogado também complementou “serão reveladas situações novas, as quais vão trazer nova interpretação aos fatos”.
O caso
Na madrugada de quinta-feira (21), o delegado Luís Gustavo Timossi da Polícia disse que foi instaurado um Inquérito Policial visando apurar as circunstâncias da morte de Guilherme. Sobre o homicídio, ele acabou não sendo autuado e foi liberado após esclarecimentos depois que o ocorrido aconteceu em contexto de legítima defesa.
Conforme delegado, as informações iniciais dão conta que Guilherme, em um primeiro momento, teria realizado disparos de arma de fogo em direção a residência da família de Neto, supostamente por estar incomodado com o barulho do quadriciclo que era utilizado por crianças que estavam se divertindo no local.
“Na sequência, após familiares e amigos de Miguel tentarem conter a situação, Guilherme teria sacado duas armas de fogo, uma pistola 380 e um revólver de calibre 38 – apreendidas no local – e efetuado diversos disparos de arma de fogo em direção aos presentes. Neste momento, as testemunhas relataram que, visando repelir a injusta agressão, Miguel, que possui autorização de porte de arma de fogo, teria efetuado disparos em direção a Guilherme, que acabou atingido, sendo socorrido com vida pelos presentes, mas entrando em óbito horas depois no Hospital Bom Jesus”, destaca o delegado Timossi. O armamento foi apreendido pela Polícia Militar. O vereador e seus familiares compareceram na 13ª SDP e prestaram todos os esclarecimentos sobre os fatos.
Posicionamentos
Na semana passada, o advogado Jairo Baluta informou que “hoje todos estão muitos abalados e no velório. Amanhã a tarde nos reuniremos para saber de todos os detalhes da conduta brutal do autor do homicídio, através de familiares que presenciaram o lamentável fato. Me adiantaram que houve muitas inverdades ditas no interrogatório, para encenar situação de legítima defesa”.
Já o advogado Ewerton Machado Rosa (defesa de Neto) disse que Miguel estava na chácara de sua família, junto de familiares, crianças e amigos, quando escutaram repetidos disparos de arma de fogo. “Ao saírem na frente da propriedade, duas mulheres os aguardavam, identificadas inicialmente como mãe e esposa de Guilherme, as quais relataram que este estaria incomodado com o barulho de quadriciclos que as crianças brincavam, e que estaria muito alterado e armado. As partes conversavam para entender a situação quando, repentinamente, Guilherme apareceu e sacou duas armas de fogo, uma em cada mão, e efetuou diversos disparos na direção de Miguel, seus amigos, familiares e crianças”.
O advogado de Neto continua que “neste momento, em um ato de luta pela própria vida e dos que junto consigo estavam, Miguel sacou sua arma e efetuou disparos contra Guilherme, cessando imediatamente após perceber a neutralização do atirador. Em seguida, Miguel e amigos prestaram socorro e acionaram a polícia. Miguel permaneceu no local até a chegada das autoridades e os acompanhou voluntariamente até a Delegacia de Polícia, onde prestou depoimento. Outras 7 testemunhas também compareceram para serem ouvidas, as quais relataram que, se não fosse a conduta de Miguel, certamente estariam mortas neste momento”.
Por fim, a defesa conclui que “importante mencionar que a arma utilizada para defesa estava devidamente registrada e com porte. Após o depoimento, diante da evidente ação em legítima defesa, Miguel foi liberado. Miguel colaborou com toda a investigação e segue à disposição para todos os esclarecimentos que se tornem necessários. Por fim, Miguel lamenta a morte de Guilherme. No entanto, infelizmente, precisou agir em legítima defesa para salvar sua vida, de seus familiares, amigos e crianças”.
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