O Governo do Paraná pretende a
promoção de mudanças na Companhia Paranaense de Energia (Copel). A empresa
seria transformada em corporação, uma empresa com capital disperso (sem
acionista controlador). É o que consta de projeto que o Estado encaminhou à
Assembleia Legislativa na segunda-feira (21).
Com a nova estruturação, o Paraná
deixa de ser acionista controlador, mas mantendo 15% das ações. Isso propiciará
que outros acionistas obtenham mais participação na empresa.
Falando sobre o projeto, o
deputado Guto Silva, da base de apoio do governo Ratinho Junior, diz que a
transformação visa fortalecer a empresa. A Copel, informa, é uma das poucas
empresas que permanece no sistema misto. Uma das preocupações demonstradas de antemão, é quanto as majorações nas tarifas. O deputado destaca que nada se altera
“Não há “A mudança não irá trazer impactos na
tarifa, já que esse controle é definido pela ANAEEL (Agência Nacional de
Energia Elétrica)”
Outro aspecto que o parlamentar
aponto é o de manutenção e possibilidade de prorrogação dos contratos de
concessão de ativos de geração, como da usina de Foz de Areia (30% da
capacidade de geração da companhia).
Guto Silva tranquiliza os
funcionários. “A venda da Copel Telecom não trouxe prejuízos para os
funcionários, pois foram incorporados à nova empresa integralmente. Também é o
que se espera nessa nova transformação”.
Lembra-se que a Copel Telecom,
subsidiária da Copel do setor de telecomunicações, responsável pelos serviços
de Internet e fibra ótica, foi vendida nesta gestão, ou seja, administração de
Ratinho Júnior.
O Governo pede que a matéria seja
votada em caráter de urgência.
Mabel Canto questiona
A deputada Mabel Canto é contra o
regime de urgência para a votação do projeto, que define como privatização da
Copel. Ela cobra que o estudo feito pelo CCEE (Conselho de Controle de Empresas
Estaduais) seja apresentado, para que uma ampla discussão possa ser realizada.
“O
estudo não veio com o Projeto de lei. Cadê esse estudo? Precisamos conhece-lo
para que saibamos quais são os pontos positivos e negativo sem relação à venda
da Copel. A Companhia gera 5 bilhões de reais de lucros para os cofres públicos.
Precisamos de tempo para a discussão desse projeto e não a fazer de forma
atropelada como o Governo está propondo”
Conforme a parlamentar, os
deputados e a população precisam saber quais seriam os investimentos com a possível
venda da Copel. “Onde serão investidos os recursos oriundos da privatização? O
que a saúde ganharia? E a educação? E seus servidores? Se querem privatizar a
Copel para fazer investimentos, precisamos saber para onde irá o dinheiro”.
Mabel indaga sobre o futuro dos
atuais programas sociais da Copel, como a Energia Solidária, que beneficia quase
400 mil paranaenses.
O Projeto de Lei sobre a Copel necessita de aprovação do Legislativo e de
análise do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE).